Autoridades fiscais e policiais de El Salvador invadiram casas em diversas partes do país, nesta quinta-feira (20), em busca de evidências contra diversos colombianos que foram presos acusados de integrar uma rede de lavagem de dinheiro.
"A Promotoria Geral da República em coordenação com a Polícia Nacional Civil (PNC) fizeram buscas nas casas dos colombianos que se dedicavam a dar golpes, fazendo-se passar por microfinanceiras", indicou a Promotoria em sua conta no Twitter.
As buscas foram efetuadas em casas que os sul-americanos alugavam em condomínios "de luxo" nas cidades de San Juan Opico e Quezaltepeque, no departamento de La Libertad, na cidade de Nejapa e em outras localidades no departamento de San Salvador, ambos no centro do país.
Durante o procedimento, as autoridades apreenderam veículos, cédulas de identidade, documentos comerciais, cartões de apresentação de empresas financeiras falsas que "reforçam a investigação" pelo suposto delito de lavagem de dinheiro que o grupo de colombianos teria cometido, apontou um promotor sob anonimato.
Em 17 de julho, as autoridades salvadorenhas anunciaram a prisão de 110 pessoas, entre elas, 105 colombianas.
Também foram detidos um argentino, um guatemalteco e três salvadorenhos, cujas residências também foram invadidas, apontou a Promotoria.
Os presos, entre os quais estão ex-militares e ex-policiais, entraram em El Salvador em épocas diferentes "como turistas" e ofereciam empréstimos, mas não estavam registrados na Superintendência do Sistema Financeiro.
O dinheiro dos empréstimos entrava no país por meio de "remessas e transações bancárias" que eram realizadas no exterior, segundo as autoridades.
A estrutura oferecia empréstimos com juros de 20% e as pessoas que ficavam em atraso eram ameaçadas ou lhes "usurpavam sua identidade" para movimentar contas bancárias ou cartões de débito mediante os quais o dinheiro era enviado ao exterior, segundo as autoridades.
O promotor-geral Rodolfo Delgado explicou que, de 2021 até hoje, a estrutura enviou para a Colômbia "mais de 20 milhões de dólares".
Delgado disse que receberam aproximadamente 3.000 denúncias de "golpes, golpes cibernéticos, que foram cometidos pelos colombianos".
Até agora, os presos ainda não foram apresentados a um juiz, o que poderia ocorrer nos próximos dias, segundo a Promotoria.
* AFP