Mais de 30 talibãs paquistaneses mantêm vários policiais como reféns em uma delegacia de polícia perto da fronteira com o Afeganistão, depois de assumirem o controle das instalações após serem interrogados - disseram as autoridades.
Os talibãs são membros do Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), um grupo separado dos talibãs afegãos, embora compartilhem sua ideologia islâmica de linha-dura.
Os membros do TTP conseguiram dominar seus carcereiros no domingo e tomaram suas armas.
Detidos por suspeita de terrorismo, os talibãs exigem poder chegar ao Afeganistão com segurança, disse Muhammad Ali Saif, porta-voz do governo da província de Khyber Pakhtunkhwa, no domingo.
Um alto funcionário do governo em Bannu, a área de fronteira onde ocorreu o incidente, explicou que os reféns ainda estavam detidos depois de uma operação fracassada para libertá-los.
"Durante o interrogatório, alguns deles tomaram as armas dos policiais e, mais tarde, fizeram todo pessoal de refém", declarou à AFP, pedindo para não ser identificado.
"Querem que forneçamos a eles uma passagem segura por terra, ou ar. Querem levar todos os reféns e libertá-los, mais tarde, na fronteira afegã, ou no Afeganistão", acrescentou.
"Caso contrário, toda a responsabilidade pela situação recairá sobre o Exército", advertiu o TTP em um comunicado, no qual também reivindicou a autoria do ataque.
Uma outra autoridade paquistanesa disse à AFP que houve progresso apenas esta tarde.
Em um vídeo veiculado nas redes sociais, é possível ver um grupo armado de homens de barba. Um deles ameaça matar todos os reféns, oito no total, incluindo policiais e militares.
Desde sua criação em 2007, o TTP lançou inúmeros ataques sangrentos. Essas ofensivas voltaram a aumentar desde que os talibãs afegãos assumiram o controle de Cabul no ano passado.
O TTP encerrou um frágil cessar-fogo com Islamabad em 28 de novembro e prometeu cometer ataques em todo Paquistão.
Em 2012 e 2013, dezenas de talibãs fortemente armados soltaram mais de 600 prisioneiros, entre eles perigosos combatentes, durante dois sofisticados ataques noturnos a uma prisão na cidade de Bannu.
* AFP