Cerca de "5,1 milhões de pessoas estão lutando contra a fome" e "400 crianças sofrem de desnutrição severa" na bacia do lago Chade, palco de atrocidades cometidas por grupos extremistas, segundo a ONU.
Este número de mais de cinco milhões de pessoas representa "o pior aumento pela primeira vez em quatro anos", diz um relatório do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).
"Do outro lado da bacia do lago Chade, 10,2 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária", especialmente no extremo norte do Camarões, na região do lago no Chade e na região de Diffa (sudeste do Níger), assim como em três estados nigerianos (Adamawa, Borno e Yobe), de acordo com a OCHA.
Todas essas áreas enfrentam - algumas desde 2009 - ataques sangrentos por parte dos jihadistas de Boko Haram e do Estado Islâmico na África Ocidental (ISWAP), nascido de uma divisão do primeiro, de acordo com seus governos.
"Após 12 anos de violência, os serviços sociais básicos e os já limitados recursos naturais estão sob grande pressão" na área, alerta a agência das Nações Unidas.
"A violência continua se estendendo e as limitações de acesso representam problemas adicionais para a chegada de ajuda", acrescenta.
Responder "adequadamente às necessidades humanitárias mais urgentes" na região exigiria "2,5 bilhões de dólares" em 2021, mas em junho "apenas 13% dos fundos foram recebidos", segundo o OCHA.
O conflito na bacia do lago Chade causou a maior crise de deslocamento na África desde 2009, com mais de dois milhões, e deixou quase 36.000 mortos.
* AFP