O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, viaja nesta sexta-feira (5) à cidade de Calexico, na fronteira com o México, depois de uma semana ameaçando fechar a passagem entre os países para combater a imigração ilegal.
"Rumo à fronteira sul para mostrar uma seção do novo muro que está sendo construído", anunciou no Twitter, antes de partir para a cidade californiana, localizada cerca de 300 quilômetros ao sul de Los Angeles.
Trump provocou revolta em setores políticos e empresariais na sexta-feira passada ao advertir o México que fecharia a fronteira "na próxima semana" e "por muito tempo", se as autoridades mexicanas não detivessem as caravanas de migrantes.
Contudo, o presidente recuou na quinta-feira (4), dando ao México um ano para conter o tráfico de drogas na fronteira antes de impor tarifas sobre seus veículos, mas sem esclarecer se a contenção de imigrantes sem documentos também seria incluída neste prazo.
Horas depois, Trump voltou a advertir os jornalistas que não mudou de opinião, mesmo que tenha comemorado no Twitter o fato de o México estar "pela primeira vez em décadas realizando prisões significativas de ilegais em sua fronteira sul, antes que os migrantes iniciem sua longa jornada para os Estados Unidos".
— O México tem feito um trabalho fantástico nos últimos quatro dias, estão detendo todos, ontem detiveram 1.400 pessoas — disse ele a repórteres antes de voar para a Califórnia, embora no Twitter tenha reiterado as ameaças de impor tarifas de 25% sobre os carros procedentes do México.
Trump assegura que há uma emergência nacional pelo afluxo de imigrantes e drogas e que são necessárias medidas drásticas, mas suas ameaças de fechamento da fronteira levantam preocupações até mesmo em seu próprio Partido Republicano, que alertou para as consequências econômicas.
— Fechar a fronteira teria um impacto potencialmente catastrófico para o nosso país e esperamos que não faça nada parecido — disse o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell.
A fronteira entre os Estados Unidos e o México é uma das mais movimentadas do mundo, com circulação diária de centenas de milhares de pessoas e 1,7 bilhão de dólares em produtos agrícolas, industriais e outros bens de consumo.