A Jordânia vive nos últimos dias uma onda de manifestações contra o aumento de preços e contra um projeto de lei para elevar os impostos promovido pelo governo, sob pressão do Fundo Monetário Internacional (FMI) para fazer reformas estruturais.
O rei Abdullah II defende um diálogo nacional e razoável sobre o projeto de lei do Imposto de Renda, o que desatou na quarta-feira as manifestações, as mais importantes do país nos últimos cinco anos.
As concentrações ocorreram na capital Amã e em outras cidades do país. Um dos pontos do projeto visa a tributar as rendas mais modestas.
Na noite de sábado, cerca de 3.000 pessoas se manifestaram perto do gabinete do primeiro-ministro, no centro da capital.
Centenas de manifestantes também saíram às ruas das cidades de Zarqa, Balqa (leste), Maan, Karak (sul), Mafraq, Irbid e Jerash (norte).
Poucas horas antes, as negociações entre representantes dos sindicatos e o governo haviam fracassado.
O FMI aprovou em 2016 uma linha de crédito de 723 milhões de dólares em três anos para o país. Em troca, a Jordânia se comprometeu em colocar em andamento reformas estruturais e reduzir progressivamente sua dívida pública até 77% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021, frente aos 94% de 2015.
O projeto de lei fiscal, recomendado pelo FMI, prevê um aumento de ao menos 5% dos impostos que afetará pela primeira vez as pessoas com uma renda anual de 8.000 dinares (9.700 euros). O imposto às empresas aumentará, por sua vez, de 20 a 40%.
* AFP