Uma reportagem publicada nesta sexta-feira pelos jornais The Guardian, da Grã-Bretanha, e New York Times, dos Estados Unidos, revela uma série de formas usadas pelos serviços de inteligência dos dois países para acessar informações dos usuários na internet. De acordo com o material divulgado, o principal investimento da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) e do centro de comunicações do governo britânico (GCHQ) está no combate à criptografia, tecnologia que codifica as informações dos usuários de internet quando acessam vários serviços.
A criptografia é usada em sites populares da web, como o Google e Facebook. Os relatórios detalham que o trabalho das duas potências estão se concentrando na criptografia usada em smartphones, e-mail, compras online e redes de comunicação remota para negócios.
A reportagem mostra também que que a NSA gasta aproximadamente US$ 250 milhões ao ano em um programa que, entre outros objetivos, busca influenciar secretamente empresas de tecnologia no desenvolvimento de seus projetos e na criação de padrões de segurança internacionais. Através dessas parcerias, as agências inserem "vulnerabilidades secretas", conhecidas como backdoors, em programas comerciais, o que facilita o acesso aos dados por meio dos supercomputadores desenvolvidos para esta função.
Os Estados Unidos supostamente começaram a investir bilhões de dólares no programa em 2000, após os esforços iniciais para instalar vulnerabilidades nos sistemas de criptografia terem sido frustrados.