Uma catástrofe: é assim que as autoridades estão definindo este momento que a gente vive no Rio Grande do Sul. Quando tudo isso começou, lá na terça-feira, os meteorologistas nos alertavam sobre cuidados para evitar uma tragédia maior.
É impactante ver tantos pedidos de socorro das pessoas em cima dos telhados, até dos líderes políticos — prefeitos ligando para o governador, governador implorando ajuda ao presidente.
A tragédia é humanitária, com dezenas de mortos e repercussão mundial. Fica exposta nossa falta de planejamento, em contraste com toda a força da solidariedade do povo gaúcho.
Helicópteros com pilotos experientes estão sendo fundamentais para salvar vidas. Barcos e lanchas vão e voltam a todo instante. Muitas pessoas resistem em abandonar as casas porque não querem deixar seus animais de estimação, que em algumas situações acabam ficando.
Uma devastação incalculável. Casas desabando, encostas desmoronando, balsas à deriva, pontes ruindo, estradas destruídas. O transbordamento dos rios não está sendo tão rápido como foi lá em setembro do ano passado, mas está sendo mais destruidor.
Impossível não se assustar com aquela imagem das águas do Guaíba forçando o muro da Mauá, empurrando as comportas, atravessando a nossa barreira mais emblemática contra as enchentes. O cenário dos bombeiros segurando os sacos de areia é desesperador. Não dá pra ganhar da força d'água.
Ainda tem muita gente pedindo socorro. Esse capítulo triste da nossa história ainda está sendo escrito. Fica aqui a minha solidariedade, do fundo do coração, às pessoas que perderam familiares e amigos nessa tragédia. E o desejo de muita força para quem precisa reconstruir suas casas e refazer as suas vidas.