Uma equipe da Defesa Civil de Maceió, capital de Alagoas, deve permanecer no RS até sexta-feira (15) para auxiliar na recuperação das cidades mais afetadas pelas enchentes. O grupo é composto por 13 técnicos de várias especialidades. A atuação deles tem se concentrado no Vale do Taquari.
Nesta terça-feira (12), os profissionais passaram por algumas cidades, como Muçum, Roca Sales e Santa Tereza. São assistentes sociais, engenheiros, geólogo e geógrafo munidos de equipamentos e ferramentas para a realização dos trabalhos.
— A gente faz um voo de drone, mapeamos a área atingida e as moradias no local. Comparamos com as imagens de satélite anteriores para quantificar o número de residências que existiam. Com esses dados, podemos alimentar o plano de trabalho do município quanto às edificações que precisam ser reconstruídas e às famílias que podem ser, posteriormente, beneficiadas — explica o coordenador-geral da Defesa Civil de Maceió, Abelardo Nobre.
Dentro desse trabalho de mapeamento, há uma etapa em que os técnicos vão a campo para avaliar as residências, definindo se elas poderão ser ocupadas novamente ou se precisarão ser demolidas. Diante da impossibilidade de moradia no mesmo local, a família poderá ser incluída pelo poder público em programas habitacionais.
Já as assistentes sociais que fazem parte do grupo estão orientando os técnicos de cada município a preencher os formulários para captação de recursos junto ao governo federal.
— Já fizemos várias capacitações junto à Defesa Civil nacional. Estamos repassando esse conhecimento para os técnicos dos municípios locais para que as famílias possam ser, futuramente, beneficiadas.
Desastres mais frequentes
Essa não é a primeira vez que os agentes prestam assistência a uma região atingida por um desastre natural. Em fevereiro deste ano, os servidores alagoanos se deslocaram até São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, onde tempestades provocaram morte de 64 pessoas.
Coordenador-geral da Defesa Civil de Maceió acrescenta que as inundações se tornaram um problema recorrente na capital alagoana. Até tempos atrás, ocorriam a cada 10 anos, explica.
— Esse ciclo acabou mudando para enchentes a cada sete anos. Depois, no ano passado, tivemos uma e neste ano outra inundação. A gente percebe que esses eventos extremos estão ficando cada vez mais frequentes. Conversando com moradores e autoridades (do Vale do Taquari), identificamos que aqui também existia um ciclo de enchentes. Só que a anterior foi em 2020 e agora tivemos mais uma. E nos chama a atenção que também estejam ocorrendo não só com maior frequência, como com maior intensidade.
No mês de julho, inclusive, Maceió decretou situação de emergência. Em todo o Estado, mais de 25 mil pessoas tiveram de deixar suas casas por causa das fortes chuvas registradas na região.
— A Defesa Civil de Maceió só tem esse tamanho hoje por causa das dores que já enfrentamos. Levamos nosso aprendizado, nossas lições, para onde for possível levar ajuda — conclui Abelardo.