Rosane de Oliveira
A União não esperou o fim da tarde para aplicar as sanções previstas no contrato de renegociação da dívida e bloqueou no final da manhã de terça-feira as contas do Estado. No mês passado, o bloqueio só foi feito no dia 11, depois da quitação dos salários dos servidores públicos. Como o Piratini alardeou que não pagaria a parcela da dívida vencida em 31 de agosto e entrou com ação judicial pedindo para que não fossem aplicadas as sanções previstas em contrato, a Secretaria do Tesouro Nacional decidiu adotar a política da tolerância zero.
Após nova "pedalada", União volta a bloquear as contas do RS
Ao bloquear as contas do Rio Grande do Sul, como já fizera com as de Sergipe e Mato Grosso do Sul, o governo federal está dando um recado não apenas a outros governadores e prefeitos que eventualmente estejam pensando em atrasar o pagamento da dívida, mas, especialmente, às agências de classificação de risco.
Levy diz que não há como suspender o bloqueio das contas do RS
Além de a presidente Dilma Rousseff ter encaminhado ao Congresso uma proposta de orçamento com previsão de déficit, outros indicadores mostram que as contas do Brasil vão de mal a pior. Um calote de Estados e municípios pode ser a gota dágua para o país perder o chamado grau de investimento.
Entenda por que o Palácio Piratini garante que bloqueio não afetará pagamento das parcelas salariais
O bloqueio não vai impactar no cronograma de pagamento dos salários. A Secretaria da Fazenda garante o depósito de mais R$ 800 no próximo dia 11. O calendário foi anunciado na segunda-feira, com previsão de quitação dos salários no dia 22, mas a tendência é de que na próxima semana a fatura seja liquidada com o uso dos depósitos judiciais. O projeto que autoriza o Estado a sacar até 95% do saldo deve ser votado na próxima terça-feira, graças a um acordo de líderes que permitirá suprimir prazos.
Pacote do Piratini prevê aumento de ICMS de 17% para 18%
O governo estadual acredita ter conseguido mostrar aos deputados de sua base que medidas paliativas resolverão o problema do pagamento dos salários neste ano, mas só o aumento do ICMS dará segurança aos servidores públicos de que o drama vivido agora não se repetirá em 2016.
Leia todas as colunas de Rosane de Oliveira
Leia as últimas notícias de Política