Envolvido com o diagnóstico da situação do Estado e com a aplicação do decreto assinado no dia 2 de janeiro, o governo de José Ivo Sartori largou parado. Os primeiros 30 dias foram marcados pela montagem do segundo e do terceiro escalões, que ainda não terminou, e pela paralisia das secretarias em razão dos cortes.
Até agora, o governo ainda não escolheu quem vai comandar o Badesul, a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), a Procergs, a Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), entre outros ainda acéfalos.
Sartori dividiu-se entre a agenda institucional de visitas de cortesia, viagens ao Interior para a abertura de festas regionais e intermináveis reuniões com secretários e aliados para discutir o que fazer para enfrentar o rombo de R$ 5,4 bilhões previsto para este ano.
Aos secretários, recomendou:
- Façam o que tiver de ser feito, sem se preocupar com a reeleição, porque não serei candidato.
Nunca na história recente do Rio Grande do Sul um governador apareceu tão pouco nos primeiros 30 dias no cargo. Sartori ainda não apresentou o diagnóstico das finanças do Estado nem anunciou as primeiras medidas (o decreto de contenção de gastos foi divulgado por meio de nota oficial).
Fugiu de entrevistas e protagonizou uma trapalhada ao sancionar aumentos para o próprio salário e para o vice, secretários, magistrados, promotores, procuradores e defensores públicos. No dia seguinte, abriu mão do reajuste a que tinha direito.
No Piratini, a mudança mais perceptível é na quantidade de assessores, que caiu para menos da metade do governo anterior. Sartori também reduziu o número de pessoas que o acompanham nas viagens e demonstra desconforto por ter de andar com seguranças.
Em um mês, foi apenas uma vez a Brasília e não tirou diárias de viagem. Eliminou o cardápio mais sofisticado do palácio. No dia a dia, o básico é arroz, feijão, massa, salada e um tipo de carne. Nas reuniões com a equipe ou com deputados, a variação é mínima: carreteiro de charque ou galinhada.
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