Nem faz tanto tempo assim. Alguns anos atrás, a Petrobras e a OGX, petroleira de Eike Batista, eram as empresas favoritas do Brasil. Uma embalada pela descoberta do pré-sal e a sonhada autosuficiência na produção de petróleo, a outra pela aura de sucesso e promessas do, até então, mais bem-sucedido empresário brasileiro.
Hoje, ambas amargam perdas bilionárias e descrédito, em um cenário que mesmo os mais pessimistas chegaram a imaginar. O pesadelo das companhias começou mais ou menos no mesmo período, mas a OGX de Eike foi a primeira a cair.
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As constantes revisões das metas de produção e o anúncio de que os três poços marítimos da empresa não eram viáveis derrubou o preço da ação, que hoje vale menos de um centavo. A companhia perdeu praticamente todo o valor de mercado, teve prejuízo que chega a R$ 76 bilhões e entrou com pedido de recuperação judicial.


A Petrobras perdeu bem mais do que isso, em torno de R$ 600 bilhões. Hoje vale menos do que valia antes da descoberta do pré-sal. Como se investidores sequer levassem a descoberta das reservas em consideração. O destino distinto das duas companhias resume bem as diferenças entre as empresas.
O tamanho gigantesco da Petrobras, muito maior que a OGX, ajudou a estatal a sobreviver a enormes prejuízos. A companhia de Eike também nunca encontrou todo petróleo que anunciava ter.? Quanto à Petrobras, a dúvida da existência de pré-sal já foi superada. Resta conseguir tirar a riqueza de lá.