Luiz Antônio Araujo
Se você considerou dramática a eleição presidencial brasileira e ainda tem apetite para mais uma disputa apertada, dedique alguns minutos a acompanhar a corrida americana pelo Senado. A câmara alta dos Estados Unidos, com cem senadores (dois por Estado), é vista como a expressão parlamentar da unidade da federação. Mas os patriarcas da nação também atribuíam ao Senado o poder de conferir estabilidade política à república.
Na Casa de Representantes (a Câmara dos Deputados), os mandatos são de dois anos, tornando mais volátil a formação de maiorias. Aos senadores, que ficam no Capitólio por seis anos, é conferido o papel de pilar duradouro da legislatura.
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"Enquanto você estiver lendo esta frase, nós estaremos batendo à porta de 60 eleitores", dizia um e-mail do comando democrata de campanha disparado nesta terça-feira para milhões de americanos. "Você já votou?", perguntava o site do Partido Republicano. Do esforço para arrecadar fundos (estima-se que esta tenha sido a campanha mais cara da história das eleições legislativas), os dois partidos voltaram-se nas últimas horas para a mobilização rumo às urnas. Até o presidente Barack Obama deixou entrever desânimo ao permanecer durante toda a manhã na Casa Branca. Muitos democratas temem ser contaminados pela popularidade do presidente, que, situada em 40%, se aproxima do volume morto.
Em meio ao suspense, a entrevista de maior repercussão nesta terça-feira não foi de um político, e sim do âncora Jon Stewart, do popular programa de sátira política The Daily Show. Ouvido pela âncora Cristiane Amanpour, ele previu que os republicanos não conquistarão apenas o Senado, mas também a Suprema Corte e todos os restaurantes e organizações de lobby de Washington.