O vínculo entre estudantes e um homem com histórico de crimes contra a infância chama atenção. Mesmo condenado em primeira instância pelo abuso de crianças em uma escola infantil em 2007, foi nomeado há um ano como professor do Estado.
Antes disso, durante três anos, já atuava nos colégios estaduais por meio de contrato temporário firmado com a 4 ª Coordenadoria da Educação. Durante pelo menos três anos, ele trabalhou na escola de onde saíram as novas suspeitas.
Quando elas vieram à tona, em maio, ele já havia sido transferido para outra instituição onde também dava aulas. A partir daí, foi afastado da sala de aula e desenvolve funções administrativas. O caso está na Procuradoria Geral do Estado, que deve instaurar uma sindicância.
A coordenadora, Cleudete Piccoli, justifica a nomeação do professor. Na folha corrida do fórum, documento exigido durante a contratação e nomeação de funcionários, não consta nenhuma condenação por abuso sexual infantil e o nome dele não aparece no rol de culpados, já que o professor recorreu à Justiça duas vezes e o processo continua tramitando.
- Ele não foi condenado. O processo está em julgamento. Se ele tivesse sido condenado, nem poderia assumir o cargo de professor. Isso é fazer julgamento precipitado. Só ficamos sabendo desse processo anterior quando surgiram as suspeitas na escola estadual - diz Cleudete.
Essa não é a primeira sindicância envolvendo o mesmo professor. Há pelo menos quatro anos, quando contratado temporariamente, respondeu a uma sindicância envolvendo também suspeitas de abuso sexual de estudantes, mas foi inocentado na época.
O advogado dele desconhece as novas investigações.
Investigação
'Ele não foi condenado. O processo está em julgamento', diz coordenadora sobre nomeação de professor
Docente com suspeita de abuso sexual em escola de rede estadual recorre na Justiça condenação por pedofilia em colégio infantil
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