Uma operação da Polícia Civil prendeu, na manhã desta segunda-feira, 30 pessoas suspeitas de ligação com duas quadrilhas que agiriam em parceria no Vale do Sinos - uma de tráfico de drogas e uma de furto, roubo e receptação de veículos. Jovens de classe média e estudantes universitários estariam entre os responsáveis pelos ataques aos carros, conforme a polícia.
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As ações eram realizadas em São Leopoldo, Novo Hamburgo, Sapiranga, Parobé, Portão, Ivoti, Dois Irmãos, e também no Vale do Taquari. Os produtos dos roubos serviam como moeda de troca no comércio clandestino de entorpecentes, baseado em São Leopoldo. Segundo o delegado Adriano Nonnenmacher, titular da 2ª Delegacia de Polícia de São Leopoldo, as duas células formavam "um verdadeiro império a serviço do crime".
A Operação Esparta identificou ainda que o núcleo responsável pelo tráfico de drogas usava a atividade ilegal para lavagem de dinheiro. Já os veículos roubados eram clonados e enviados a outros Estados, bem como o Paraguai. Os receptadores também eram responsáveis por aplicar golpes em seguradoras, informou a polícia.
Assim como revelado na Operação Ponto Final, deflagrada no final do mês de novembro pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), os assaltantes utilizavam um aparelho que copia a frequência dos alarmes dos carros quando acionados pelo proprietário. Com essa facilidade, era possível levar um veículo das ruas em apenas 30 segundos, de acordo com a polícia.
Um dos envolvidos no esquema criminoso é natural do Líbano, mas naturalizado paraguaio. Ele e os envolvidos foram alvo de 39 mandados de prisão - temporária e preventiva. Além disso, a polícia pediu o bloqueio de contas bancárias e perda de bens oriundos da atividade ilegal.
Outras 14 pessoas já haviam sido presas durante os sete meses de investigação, segundo Nonnenmacher. Os 43 mandados de busca e apreensão, cumpridos por 250 agentes da Polícia Civil, resultaram na apreensão de oito veículos, drogas, armas e dinheiro.