Em uma reunião que terminou por volta das 12h desta quarta-feira, a prefeitura de São Leopoldo montou um gabinete de gestão de crise contra a enchente no Rio dos Sinos que ameaça boa parte dos bairros São Geraldo, Independência e Rio dos Sinos. Membros do Corpo de Bombeiros, Brigada Militar, segurança pública, assistência social, defesa civil, além do próprio prefeito Aníbal Moacir da Silva, trabalharão no monitoramento dos atingidos e dos prejuízos causados pela maior enchente desde 1965, quando as cidades de São Leopoldo e Novo Hamburgo ficaram abaixo d'água.
- Em 1984, o rio chegou a um patamar semelhante, mas agora está pior. Desde 1965, quando houve a tragédia, não vinha tanta água. Mas a situação está se estabilizando - explicou Arno Kayser, presidente do Comitê de Gerenciamento da Bacia do Rio dos Sinos, ressaltando que a medição está estável nas últimas horas.
A prefeitura diz que no ano de 1965, quando ainda não haviam sido construídos os diques de oito metros de altura, que canalizam a água por 200 metros, o índice chegou a 6,48 metros. Caso os diques tivessem sido construídos, a enxurrada de 1965 atingiria 15 metros de altura. A enchente deste ano está com menos da metade do volume d'água daquele ano. O último nível apontado no início desta tarde marcou 6,15 metros.
O gabinete fará o levantamento dos problemas oriundos da enchente e o enviará na manhã desta quinta-feira para o Piratini. A expectativa, conforme a assessoria da prefeitura de São Leopoldo, é que a situação de emergência seja decretada no mesmo dia.
Não há aulas na rede municipal e estadual de ensino desde esta manhã. Só devem voltar na sexta-feira. A ponte 25 de julho, que liga a zona norte da cidade ao centro de São Leopoldo, está fechada desde a terça-feira à noite. Há três famílias desabrigadas e outras 500 famílias desalojadas no município.
Ponte da BR-116
A ponte que passa sobre o Rio dos Sinos na BR-116 está sob vigilância cuidadosa da Polícia Rodoviária Federal e prefeitura de São Leopoldo. O secretário de Segurança Pública e Defesa Comunitária, Carlos Alberto Azeredo, afirma que a estrutura exige monitoramento.
- É a estrutura que mais nos preocupa. Essa ponte é a menor de todas as que passam pelo rio e fica justamente na BR-116. A água está a 60 cm de chegar na rodovia, enquanto nas outras ainda há um espaço de 1,30 metro. Se acontecer dessa água chegar aos carros que passam na BR-116, aí vai ser um grande problema - disse.