Milhares de pessoas marcharam neste sábado em Santiago pedindo uma nova política de drogas para o Chile, mediante a qual se regulamente o consumo de maconha e se permita seu cultivo pessoal, como forma de combater o narcotráfico.
Homens, mulheres e até mães com seus filhos se reuniram na Praça dos Heróis, no centro de Santiago, para participar da marcha, que seguiu por várias quadras ao som de tambores, acompanhados do grito "legalização".
- A "santita" (maconha) é maravilhosa. O sistema político se encarrega de desvirtuar seu uso e não nos deixa plantar em casa e isso fomenta o narcotráfico - declarou María Aidé Mateluna, uma mulher de 62 anos que participou da passeata.
A marcha, celebrada pelo nono ano, terminou no Parque Almagro. Cerca de 30 mil pessoas participaram da mobilização, segundo estimativas do Movimental - grupo que promove a descriminalização da maconha e organizou a passeata.
- Enquanto não for regulamentado o acesso para as substâncias, certamente a maconha, o único que se faz é continuar fomentando o narcotráfico e a única forma de combater o tráfico é regulamentar - disse Claudio Venegas, um dos organizadores.
A norma antidroga atual do Chile penaliza com até cinco anos de prisão o cultivo de maconha, assim como sua venda, embora não seu consumo pessoal e em caráter privado.
O Congresso chileno debate um projeto de lei para legalizar o cultivo, consumo pessoal e terapêutico da maconha, que foi apresentado em 2012 pelos senadores socialistas Ricardo Lagos Weber e Fulvio Rossi, que admitiu fumar maconha "ao menos duas vezes por mês".
Pesquisa apontou que 19,5% dos adolescentes chilenos disseram ter consumido maconha em 2011, um aumento de 4,4%em relação a 2009.