
A primeira árvore que impedia o prosseguimento das obras de duplicação da Avenida Edvaldo Pereira Paiva, a Beira-Rio, caiu às 5h, cerca de 45 minutos após o início da retirada dos manifestantes que impediam a ação. A meta da prefeitura de Porto Alegre é cortar pelo menos 70 vegetais nas próximas cinco horas, realizando o desmantelamento dos troncos e a remoção.
O trabalho começou pela Avenida João Goulart, realizado por funcionários da empreiteira Toniollo-Busnello, responsável pela obra da Copa 2014, e que dão prosseguimento à ação, cortando e também retirando as árvores do local.
Ocupada por manifestantes há 43 dias, a área chegou a ser alvo de uma ação de reintegração de posse por parte do município, que mesmo ganhando desistiu de prosseguir com a causa na Justiça. A decisão favorável à retirada das pessoas que estão acampadas na Praça Júlio Mesquita, ao lado da Câmara de Vereadores da Capital, foi dada pelo juiz Fernando Carlos Tomasi Diniz, da 4ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre, na tarde de terça-feira.
OPINE: a prefeitura da Capital cortou a maioria das árvores da região do Gasômetro na madrugada de quarta-feira. Na sua opinião, a ação foi adequada?
Segundo o procurador-geral de Porto Alegre, João Batista Linck Figueira, na mesma tarde, antes de saber da decisão do magistrado, a procuradoria do município havia desistido da ação. Conforme o procurador, a prefeitura está autorizada, pela Justiça, a cortar as árvores. O único impedimento que existia era uma liminar concedida ao Ministério Público para que o corte fosse suspenso:
- Eu não preciso que ela (Justiça) me diga (que eu posso cortar as árvores). O município tem poder de polícia administrativa. O que me impedia de retomar (o corte) era a liminar mandando suspender. Hoje eu não preciso disso para fazer um eventual trabalho ali. Vamos ver no que vai dar.
Retirada de manifestantes
Por volta das 4h15min desta quarta-feira, a Brigada Militar começou a retirada de manifestantes que ocupavam o gramado ao lado do prédio da Câmara de Vereadores.
Em torno de 200 homens da Brigada Militar, do Batalhão de Operações Especiais (BOE) e do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) desmontam o acampamento, que no momento contava com cerca de 60 manifestantes distribuídos em 15 barracas, algemando os que tentavam resistir à retirada.
Foram detidos 21 homens e 6 mulheres, levados em um ônibus da Guarda Municipal para um posto da 1ª Cia do 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM), no Centro, onde serão identificados e revistados. Eles vão ser indiciados por desacato ou desobediencia à ordem policial e responder a termo circunstanciado em liberdade.
Às 4h40min, os policiais começaram a retirar a "casa na árvore" e fiscais da prefeitura se preparavam para realizar os primeiros cortes. Segundo informações preliminares, soldados do serviço de inteligência da Brigada teriam se infiltrado entre os manifestantes, para servir de apoio ao resto do pessoal mobilizado.
Decisão judicial
Há quase duas semanas, a Justiça já havia decidido liberar os cortes de árvores, dando seguimento na duplicação da via, que é uma obra da Copa 2014. Já foram derrubadas algumas árvores na Praça Júlio Mesquita, em fevereiro.
Derrubar 115 vegetais é necessário para evitar um gargalo no trânsito na Beira-Rio com a Avenida Presidente João Goulart, em frente à Usina do Gasômetro. Por lei, porém, a área é destinada ao Corredor Parque do Gasômetro, que prevê a ligação entre as praças Júlio Mesquita e Brigadeiro Sampaio, a ponta do Cais Mauá e a orla do Guaíba.
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