1. Willemstad
A paisagem mais clássica de Curaçao é aquela fila de casas coloridas ao estilo holandês, circundadas pelo profundo azul do mar. É Punda, um dos "bairros" da capital da ilha, Willemstad, considerada pela Unesco Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade desde 1997.
Conta-se uma história curiosa - se verdadeira, não se sabe - para explicar como nasceu o colorido local. Ela começa com um governador, que sentia terríveis dores de cabeça. O homem dava culpa de seu infortúnio ao fato de todas as construções serem pintadas de branco e refletirem muito a luz do sol. Então, sugeriu que os moradores pintassem as fachadas de suas residências e comércios com outras cores. Se a dor passou, não sei. Mas há quem diga que a fábrica de tintas era dele...
Verdade ou mentira, falcatrua ou não, as casas multicoloridas deram um charme muito especial para Curaçao. Um programa imperdível é curtir a tarde sentado nos bares e cafés em frente ao canal, olhando o movimento de pessoas, barcos, navios de cruzeiro e da ponte flutuante que se abre para os deixar passar.
Aliás, essa ponte é outro marco da cidade. O nome é Rainha Emma, mas o apelido condiz muito mais com sua situação: "A Velha Senhora que se Balança". A ponte, que liga Punda a Otrobanda (o outro lado...), desloca-se para os lados com tal languidez que chega a ser hipnotizante (ou angustiante para os mais impacientes). E você ainda corre o risco de ficar preso no meio do caminho, porque é comum a dona Rainha enguiçar. Um monte de gente de um lado, um monte de gente do outro, um monte de gente no meio do pedaço de ponte flutuante. É engraçado - se você não estiver atrasado, claro.
2. Mikvé Israël-Emanuel
Em Willemstad, discreta, está a mais antiga sinagoga do Ocidente ainda em atividade, fundada em 1732. Há cerimônias religiosas às sextas-feiras (18h30min) e aos sábados (10h). Turistas podem participar, mas precisam fazer agendamento. Nos demais horários, a sinagoga pode ser visitada gratuitamente. (Claro, não vá de biquíni...) Ao lado, há um museu com objetos que retratam a história da comunidade judaica local.
>>> Veja mais fotos de Curaçao
3. Kurá Hulanda
Dono de vários hotéis na ilha, o holandês Jacob Gelt Dekker dedicou uma área ao lado de um deles em Willemstad para lembrar as barbaridades que seus antepassados fizeram com os escravos africanos comprados para trabalhar no Caribe. Aberto em 1999, o museu privado Kurá Hulanda mostra essa história com um acervo impressionante de fotografias, documentos e objetos.
Em um dado momento, é possível, por exemplo, saber como os escravos eram transportados nos navios da África dentro de uma salinha muito claustrofóbica. Também não faltam objetos de tortura originais.
Mas o que mais me impressionou não tem relação com a escravidão no Caribe. Na entrada de uma das salas, você dá de cara com dois uniformes originais, sujos de sangue seco, da Kux Klux Klan, movimento racista e violento americano. A história que nos contaram: a mulher de um amigo do dono do museu descobriu as roupas escondidas ao mexer nos pertences do marido após sua morte. Depois de décadas de casamento, viúva, descobriu quem ele realmente era.
4. Boca Tabla
Se você se cansar da água turquesa (ha ha...), dê um pulinho em Boca Tabla, onde o tom é bem mais escuro e não dá para nadar. Ok, esse não é o único motivo para ir lá. Durante milhões de anos, o golpe das ondas agitadas da costa produziu uma caverna profunda, abaixo da superfície calcária. Uma trilha o levará à beira dessa formação rochosa, muito interessante de se ver. Acima, em um mirante, você pode tirar belas fotos das ondas batendo nos rochedos.
5. Sea Aquarium
Nadar com os golfinhos, dar comida para um tubarão e conhecer a vida marinha local dentro de uma cápsula são algumas das atrações deste aquário. Dica: peça para alguém fazer um vídeo do momento em que você alimentar o tubarão.
6. Praias
Tá bom, tá bom: eu falo das praias... São mais de 35, com características diferentes: das mais calmas às agitadas. Em comum, porém, está aquela água em lindos tons de azul-turquesa, cristalina e morna, sem ondas... Não dá vontade de sair. A faixa de areia branquinha é estreita, mas não tem aperto.
A infraestrutura varia de praia para praia, mas geralmente há lancherias, banheiros e duchas para tirar o excesso de areia antes de partir (pode custar uns trocos para o tiozinho sentado pacificamente por ali). Algumas são bem longe da cidade, então pode ser um bom negócio alugar um carro. Outra opção é participar de excursões que fazem passeios por várias praias (informe-se em www.tourism.curacao.com).
Dizem que Curaçao também é ótima para mergulhar, com 65 pontos de mergulho, naufrágios autênticos e reservas submarinas inexploradas. "Dizem", porque eu não tenho conhecimento de causa, malemal consigo colocar a cabeça embaixo d'água com um snorkel.
*A editora do Viagem viajou a convite da Copa Airlines e do governo de Curaçao