A tragédia que vitimou mais de 235 jovens na boate Kiss, em Santa Maria, se iniciou no dia 26 de junho de 2009. Nessa data, o Corpo de Bombeiros elevou um mero relatório de inspeção, emitido eletronicamente, à condição de Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI). Entregue à Polícia Civil pelos bombeiros, o documento, definido por especialistas como uma "fraude técnica", foi apresentado como se fosse o plano de combate ao fogo da danceteria.
Apenas três folhas apontando recomendações genéricas substituíram o que deveria ser um elaborado documento, que reuniria da planta baixa às notas fiscais dos extintores de incêndio, passando pela identificação de luzes de emergência até a necessidade da existência de saídas adicionais.
A Polícia Civil quer saber, agora, por que a corporação militar trata um extrato do Sistema Integrado de Gestão de Prevenção de Incêndio (Sigpi), gerado em 2009, que apresentava apenas exigências mínimas de segurança para subsidiar inspeções na casa, como se fosse o plano contra incêndio. Além de não ter assinatura de responsável técnico, o documento - que exibe no alto o brasão do governo estadual e o símbolo do Corpo de Bombeiros - não apresenta detalhes de como os equipamentos seriam instalados.
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O delegado Sandro Meinerz, um dos responsáveis pelas investigações da tragédia, confirmou que recebeu os papéis como sendo o plano de prevenção da boate Kiss.
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