- Até o momento, não conseguimos nenhum contato com a estação. Fiquei sabendo do incêndio pela Marinha. O que sei é que toda a equipe foi removida do local e está isolada, esperando um avião de resgate - afirma Jefferson Simões, da UFRGS, um dos quatro pesquisadores que integram o projeto Criosfera 1, ao lado de Francisco Aquino, Luiz Fernando Reis e Ulisses Franz Bremer.
Nesta madrugada, um incêndio na Estação Antártica Comandante Ferraz deixou um militar ferido e outros dois desaparecidos. Segundo a Marinha do Brasil, as chamas começaram por volta de 2h (horário de Brasília) na praça de máquinas da estação, onde ficam localizados os geradores de energia.
Jefferson afirma, ainda, que o programa está enfrentando uma crise, e citou o fato - revelado somente neste sábado - do navio que afundou em dezembro no litoral da Antártida com uma carga de 10 mil litros de óleo combustível. O naufrágio foi mantido em sigilo tanto pela Marinha quanto pelos ministérios que integram o Programa Antártico Brasileiro (Proantar) - Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia, Relações Exteriores e Minas e Energia e Defesa.
- Estamos num processo de avaliação e de planejamento estratégico do projeto. Eu estou, inclusive, coordenando este planejamento do ponto de vista científico. Temos que decidir o que faremos daqui pra frente para preservar a estabilidade do projeto e a utilização correta dos recursos financeiros - ressalta o cientista.
Outro pesquisador gaúcho que integra o projeto, Francisco Eliseu Aquino, também afirma que não tem informações detalhadas do acidente, mas garante que a totalidade dos pesquisadores que estavam no local na hora do acidente são brasileiros.
- Estou tentando contato por e-mail, mas ainda não recebi nenhuma notícia. Estou monitorando e ansioso por notícias, assim como todos os envolvidos na expedição - afirma.