Depois que o limite de velocidade na freeway subiu de 100 km/h para 110 km/h, no 26 de novembro, o que desceu foi o número de multas. Na comparação de dezembro de 2010 com o mesmo mês em 2011, houve uma redução de 25% na quantidade de infrações e de 10% no número de acidentes.
Especula-se que uma série de fatores esteja na raiz dessa matemática. Um deles - o mais provável, concordam Polícia Rodoviária Federal (PRF), Concepa e especialistas - é de que os motoristas que já circulavam a 110 km/h deixaram de ser multados.
- Era uma quantidade enorme de multas por excesso irrisório de velocidade - comenta João Fortini Albano, professor do Laboratório de Sistema de Transportes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
O inspetor José Dirnei de Souza, chefe da 3ª Delegacia da PRF no Litoral Norte, prefere a cautela: diz que, por enquanto, ainda é impossível constatar mudanças significativas a partir do aumento da velocidade limite.
- Logicamente, aqueles que já andavam a 110 km/h agora estão legalizados. Mesmo assim, os números não mostram uma redução drástica e indicam bastante imprudência - garante ele.
Souza pondera que agora, mais do que nunca, o caminho ao Litoral precisa ser transcorrido com atenção redobrada, já que os condutores enfrentam três níveis de velocidade: 110 km/h na freeway, 100 km/h na rodovia Osório-Torres (BR-101) e 80 km/h nas demais estradas de acesso a praias do Litoral Norte, como a rodovia Maquiné-Capão da Canoa (ERS-407).
Chefe operacional da mesma delegacia, Alexandre Bergamaschi Boss afirma que os argentinos estão mais comportados e que eram eles os principais responsáveis pelo alto número de infrações.
- Eles têm acelerado menos de dois anos para cá, desde que começamos a cobrar as multas deles nas fronteiras - avalia o policial.
Conforme o diretor-presidente da Concepa, Odenir Sanches, a fluidez do trânsito melhorou, e os congestionamentos reduziram-se - mesmo com o volume de capacidade da rodovia se elevando em 1%. Sanches também celebra a queda de 10% no número de acidentes:
- Que menos acidentes ocorreriam, já era de se esperar: o pessoal dirige com mais atenção quando se aumenta a velocidade. É perceptível a rodovia menos afogada.