O Rio Grande do Sul está entre as prioridades do segundo plano lançado pelo governo federal para combater a epidemia de crack.
Conforme ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, Porto Alegre foi escolhida, com Recife e Rio de Janeiro, para a implantação dos projetos pilotos da política nacional contra o consumo e tráfico de drogas.
Caberá agora ao governo do Estado apresentar um conjunto de ações de enfrentamento à droga. Na quarta-feira, um almoço de cerca de duas horas no Palácio Piratini serviu como ponto de partida para o desenho dos projetos que deverão ser colocados em prática em parceria com o governo federal.
Reunidos com o governador Tarso Genro, os secretários Fabiano Pereira (Justiça e Direitos Humanos), Ciro Simoni (Saúde) e Airton Michels (Segurança Pública) apresentaram sugestões e se comprometeram a entregar, em fevereiro, o Plano Estadual de Combate ao Crack.
O grupo de secretários terá a missão de concluir os trabalhos até o próximo mês, quando técnicos do Ministério da Justiça desembarcarão na Capital. O projeto será alinhado ao plano nacional lançado em dezembro pela presidente Dilma Rousseff, com previsão de investimentos de R$ 4 bilhões no país até 2014.
O Piratini pretende aproveitar os recursos federais disponíveis para desenvolver ações como o treinamento de agentes sociais, o aumento da oferta de leitos para tratamento de dependentes e o combate ao tráfico em pontos estratégicos.
Câmeras de vigilâncias vão monitorar as cracklândias
O ministro da Justiça conversou com Tarso na tarde de ontem. Por telefone, reiterou a posição da União de tratar o Estado com atenção especial.
- Temos reuniões técnicas previstas para os próximos dias para aplicar o plano no Rio Grande do Sul - anunciou Cardozo.
Nesta semana, Fabiano Pereira já havia participado de reuniões sobre o assunto em Brasília. A parceria com a União prevê a doação de equipamentos e reforço de pessoal.
A Secretaria Nacional de Justiça enviará câmeras de vídeo para auxiliar na fiscalização das cracklândias gaúchas. Ficarão sob a responsabilidade da Polícia Federal as ações de inteligência, em parceria com os órgãos de segurança do Estado.
Pelo menos três pontos de consumo de crack já foram mapeados em Porto Alegre: a Redenção, o Túnel da Conceição e o entorno do cruzamento das avenidas Ipiranga e João Pessoa.
Os técnicos envolvidos acreditam que a ofensiva será mais tranquila nas cidades gaúchas porque não há concentração de tráfico e consumo da droga em um único ponto, ao contrário do que ocorre em São Paulo.
- Isso contribui para uma ação mais efetiva dos órgãos públicos, inclusive com a participação dos municípios - avalia Fabiano Pereira.
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