
Sem cobrar um centavo, o casal de arquitetos Mariana Pochô, 42 anos, e Diego Abeijon, 38, já produziram 455 viseiras de acrílico em uma semana para profissionais de saúde do Rio Grande do Sul. E as encomendas não param de chegar.
– Eles não estavam recebendo equipamentos de proteção, então decidimos ajudar. Tinha gente usando sacola no rosto em posto de saúde, imagina. Estamos chegando a lugares bem carentes – conta Mariana.
Habituados a construir maquetes, os dois decidiram usar a máquina de corte a laser, na empresa que fica no bairro São Geraldo, para fazer os escudos de acetato e acrílico. O nome do equipamento é face shield – a função é proteger os olhos e outras áreas do rosto que a máscara cirúrgica não alcança.
Até agora, todo o material foi comprado com dinheiro do casal ou de amigos que fizeram doações. Em um primeiro momento, aliás, Mariana e Diego usavam uma impressora 3D, também da empresa, mas as viseiras levavam duas horas para ficar prontas. Com o corte a laser, os protetores passaram a ficar prontos em três minutos.
– É uma opção mais rápida e barata. Não tão bonita quanto a anterior, mas é tão eficiente quanto – garante Mariana.

O número de entregas deve chegar a mil nos próximos dias. Postos de saúde da Capital, da Região Metropolitana e da região sul do Estado já fizeram encomendas. Todos os dias, mensagens de agradecimento chegam ao casal, que pretende seguir fazendo as viseiras enquanto encontrar material nos fornecedores.
– Fiquei emocionada quando recebi a primeira foto de uma equipe toda paramentada com o nosso protetor. Eles se arriscam para proteger a gente, é uma honra poder ajudar – diz Mariana.

Com Rossana Ruschel