O presidente da Federação Internacional de Atletismo (World Athletics), Sebastian Coe, manifestou seu temor de que o esporte feminino seja enfraquecido pela participação de competidoras transgêneros.
— A integridade do esporte feminino, se não tomarmos medidas para o seu futuro, é muito frágil — disse o presidente do atletismo mundial ao jornal britânico The Times nesta terça-feira.
Segundo o ex-meio-fundista, além dos debates sociais e questões éticas, a presença de atletas transgêneros nas competições é um problema para a garantia da igualdade de oportunidades.
— O gênero não pode vencer a biologia. Devemos confiar na ciência o máximo possível — observou Coe, para quem "não há dúvida de que a (taxa de) testosterona é o principal determinante do desempenho".
— É o que sempre tentamos fazer quando o tema era espinhoso — acrescentou o ex-corredor bicampeão olímpico (1980/84) dos 1.500 m e dono de duas pratas nos 800 m também nas edições dos Jogos de Moscou e Los Angeles.
O regulamento da Federação Internacional de Atletismo neste assunto indica que um atleta transgênero deve provar que tem um nível de testosterona muito baixo no ano anterior à competição em que deseja participar, fornecendo regularmente documentos médicos durante esses doze meses.
As palavras de Coe vêm alguns dias depois que Lia Thomas, uma nadadora transgênero, participou do campeonato universitário americano em Atlanta, onde venceu as 500 jardas nado livre com mais de um segundo e meio sobre a segunda.
O caso de Thomas, que no passado competiu em eventos masculinos, dividiu a opinião pública nos Estados Unidos. Os críticos acreditam que a nadadora conta uma vantagem fisiológica injusta.
* AFP