Estará a cargo do técnico Beto Campos o maior desafio do futebol caxiense em 2016. Afinal, devolver o Caxias à elite do futebol estadual é uma questão de honra para um dos times mais tradicionais do Estado. Mas, antes de iniciar o trabalho, com a pontapé inicial da pré- temporada no dia 18 de janeiro, o comandante descansa em Santa Cruz do Sul, cidade onde mora.
Por telefone, Campos falou sobre a confiança que a direção grená mostrou depositar nele desde a consumação do rebaixamento para a Série D, deu suas impressões sobre o início de trabalho da nova gestão e comentou sobre as expectativas para uma temporada em que o Caxias será apresentado a uma nova realidade, tanto no cenário gaúcho como nacional.
Confira abaixo os principais trechos da conversa com o treinador, que completará 52 anos em 1º de janeiro.
Pioneiro: O Caxias terá em 2016 a temporada mais desafiadora da sua história. A pressão maior exige um preparo maior?
Beto Campos: A gente sabe das dificuldades que teremos pela frente. O Caxias nunca disputou essa divisão, o torcedor também não está acostumado, mas é um desafio a ser encarado por todos nós. Temos o compromisso de tentar colocar o clube de volta à Série A. Já tive a felicidade de ser campeão da segunda divisão pelo Avenida, em 2011, e sei que essa competição tem características diferentes. Gramados menores, estádios mais acanhados, uma virilidade maior. E o Caxias entra como um dos clubes a ser batido, por ser uma das equipes de boa tradição que estarão na disputa.
Ainda antes do fim da Série C já se sabia que a direção faria o possível para mantê-lo. A que se deve essa relação de confiança tão grande demonstrada no teu trabalho?
- Os diretores que assumiram na reta final da Série C são os mesmos com quem trabalhei em 2014, então eles já conheciam o meu trabalho. E desde que foi feito o convite para os últimos seis jogos da Série C já tínhamos a ideia de um trabalho de prazo maior. Depois só precisamos acertar alguns detalhes finais. Nesse período tive três propostas de times gaúchos e uma de Santa Catarina, mas já estava voltado para esse compromisso de recuperação do clube. E estou acreditando muito que é possível. A nova direção assumiu com novas propostas e um modelo de gestão diferente.
Qual a primeira impressão da gestão de Maurício Grezzana?
- São pessoas jovens, ideias boas e sangue nos olhos, como se diz, para fazer as coisas funcionarem. Estive na primeira janta do clube com a nova direção e vi o torcedor bastante empolgado, querendo voltar a se associar. Estou me sentindo da mesma maneira, mesmo sabendo de todas as dificuldades que vamos encontrar.
A formação do grupo para 2016 está dentro do esperado?
- Temos trabalhado juntos. Nenhum jogador chega só por indicação da comissão técnica, nem só da diretoria. Dos que não conhecíamos por ter atuado no Estado temos buscado muitas informações com outros profissionais. Estou contente com o grupo que está se formando, mas ainda precisamos de uns dois ou três nomes, que a direção está buscando. Mas é importante que vamos ter jogadores que conhecem a competição e o clube em que estão atuando.
O que surge como principal objetivo: acesso no Estadual ou no Brasileiro?
- Vamos entrar com foco total no Estadual, que é a primeira competição. Ainda não há confirmação, mas a Série D só deve começar depois da segunda fase da Divisão de Acesso, aí iremos avaliar. Há a possibilidade de fazer mais contratações. Mas vejo o clube com potencial de obter sucesso em ambas.
Qual será a fórmula do sucesso em 2016?
- Vamos trabalhar muito e tentar acertar principalmente na montagem do grupo. Procurar errar o mínimo possível. E focar 24 horas no trabalho em prol do clube.