O Inter está muito perto de oficializar a contratação de Guto Ferreira, 51 anos, como o seu novo treinador. À tarde, a direção colorada poderá confirmar o acerto com o novo técnico, em uma entrevista coletiva. Do Bahia, Guto deverá levar para o Beira-Rio o preparador físico Valdir Nogueira de Oliveira Júnior, o Juninho, e o auxiliar André Luís – ex-lateral-esquerdo colorado.
Contatos por telefone com o empresário do técnico do Bahia, desde o final de semana, se intensificaram na manhã desta segunda-feira a ponto de Guto estar próximo de confirmar a sua saída do Bahia e o seu retorno ao Inter. Medalhões como Levir Culpi, Vanderlei Luxemburgo e Marcelo Oliveira acabaram descartados.
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A oferta colorada foi de um contrato por um ano e meio (o mesmo período que resta para a gestão de Marcelo Medeiros, caso não concorra à reeleição). No Bahia, Guto Ferreira recebe cerca de R$ 300 mil mensais. Além do contrato com o treinador, o que já estaria muito bem encaminhado, há a necessidade de um acerto com o clube baiano – o que também já teria sido resolvido.
Ao se acertar com Guto, o Bahia estabeleceu uma multa rescisória, caso o treinador fosse chamado por outro clube. A multa inicial era de R$ 1 milhão, mas se reduz a cada mês de contrato. Hoje, ela está em R$ 500 mil, e a direção não estaria abrindo mão do ressarcimento. Por enquanto, os auxiliares Maurício Dulac e Odair Hellmann comandarão os treinos (e também o time) preparatórios do Inter para enfrentar o Palmeiras pela Copa do Brasil.
Nesta segunda-feira, Guto não seguiu do Rio para Salvador como toda a delegação – que perdeu para o Botafogo, na noite de domingo –, uma vez que foi para São Paulo, onde participaria do programa Bem, Amigos!. A pessoas próximas, o treinador já comentou diversas vezes que retornar ao Beira-Rio como técnico do time principal é um antigo sonho.
– Guto gosta de marcação forte e rápida para o ataque – afirma Rodrigo Faraco, comentarista da RBS TV e da Rádio CBN Diário, de Florianópolis, que acompanhou de perto o trabalho de Guto na Chapecoense em 2016. – Ele monta o time no esquema 4-2-3-1, com três volantes e, por vezes, com três atacantes. Um dos volantes do Guto sempre é um jogador de qualidade, que sabe jogar. Guto é um cara frio no vestiário, não faz o estilo paizão – acrescenta.
Com Guto Ferreira, o auxiliar será André Luís, lateral-esquerdo do Inter nos anos 1980, e que trabalha com o treinador desde 2011 – além dos nove anos que trabalharam juntos nas categorias de base do Inter. No ano passado, ambos deixaram a Chapecoense como campeã catarinense e, em meio ao Brasileirão, trocaram os catarinenses pelo Bahia, que estava na Série B. Devolveram o Bahia para a Primeira Divisão e, na semana passada, conquistaram a Copa do Nordeste – batendo o Sport na final.
– No Bahia, logo de cara o Guto armou o time no 4-2-3-1, com dois volantes saindo com a bola desde a defesa, com uma linha de três jogadores à frente, um volante e dois armadores, e, no ataque, um jogador de movimentação: Edgar Júnior. O time é bem organizado e gosta muito de ter a posse de bola. Mas também marca o adversário sob pressão, forçando os erros perto da área – conta Daniel Dórea, repórter do jornal A Tarde, de Salvador.
*ZHESPORTES