No dia 20, o Inter estará na capital da Colômbia enfrentando o melhor clube daquele país na Libertadores 2015: o Independiente Santa Fe. Classificado ligeiramente abaixo da equipe de Diego Aguirre na fase de grupos do torneio, o Santa Fe é um time fisicamente forte, dono de boa técnica e com jogadas velozes. Foi assim que passou pelo Estudiantes de La Plata, nas oitavas de final.
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No jogo de ida, foi derrotado na Argentina por 2 a 1, mas, pelo volume de jogo no segundo tempo, bem que poderia ter empatado. Na partida de volta, no Estádio El Campín, em Bogotá, vitória por 2 a 0 sobre um Estudiantes que não resistiu ao toque de bola, tampouco à disposição física dos colombianos - além disso, o estádio da Federação Colombiana de Futebol, com capacidade para 48 mil torcedores, se transforma em uma espécie de caldeirão para os adversários.
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Fundado em 1941, o clube recebeu o nome da cidade: Santa Fe de Bogotá. Oito anos depois, o Independiente Santa Fe se sagrou o primeiro campeão nacional de futebol profissional. De lá para cá, o clube conquistou mais sete campeonatos colombianos.
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A Libertadores é um sonho dos 3 milhões de torcedores dos "cardenales" (os cardiais, como é conhecida a torcida do Santa Fe, devido a seu uniforme, vermelho e branco, se parecer com as vestes dos cardiais do Vaticano). Em sua nona participação no torneio, o Santa Fe sonha com uma final de Libertadores. O seu ápice até agora foi a semifinal.
Em 1961, foi eliminado pelo Palmeiras. Em 2013, depois de bater o Grêmio nas oitavas, e o Real Garcilaso, nas quartas, caiu na semifinal para o Olimpia - que foi à final e perdeu o título para o Atlético-MG.
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A campanha do Santa Fe na fase de grupos da Libertadores só não foi perfeita por causa do Atlético-MG, que venceu os colombianos no turno e no returno. A vitória em Bogotá foi emblemática, pois o Santa Fe não perdia em casa para estrangeiros há 35 anos. A derrota motivou o técnico argentino Gustavo Costas a dizer que desejava uma revanche contra os mineiros, em vez de pegar o Inter nas quartas.
- Sinceramente, eu queria o Atlético. Foi o único time que não conseguimos superar - disse Costas, técnico do Santa Fe.
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OS DESTAQUES
O camisa 10 é o dono do time. Aos 34 anos, o meia Omar Perez é o capitão do Santa Fe desde 2009, quando chegou ao clube. Argentino, ele começou a carreira no Boca Juniors. A partir de 2004, passou a rodar pela Colômbia. Passou pelo Junior de Barranquilla, Real Cartagena e Independiente Medellín até chegar ao Santa Fe, onde se tornou um dos grandes jogadores do clube e se naturalizou colombiano.
Grande parte do elenco do Santa Fe é formada por jogadores das categorias de base. Entre eles, o zagueiro Meza e o meia Luis Seijas, ambos da atual seleção colombiana. O goleador do time na Libertadores é o atacante Wilson Morelo, com quatro gols.
CURIOSIDADES
Rival do Millonarios (o clube mais popular de Bogotá), o Independiente Santa Fe também busca o título da Libertadores para superar o inimigo local e para entrar na galeria das grandes conquistas do país. Apenas o Nacional de Medellín (em 1989) e o Once Caldas (em 2004) conquistaram a América pela Colômbia.
O mascote do Santa Fe é um leão. Não qualquer leão, mas o Monaguillo (Coroinha, em espanhol). Em 1974, um filhotinho de leão foi levado ao clube. De cara, acabou adotado pelos jogadores e pelo clube. Permaneceu dois anos entrando em campo com o time. Depois, com o temor que o seu espírito caçador se manifestasse, acabou doado para o zoológico de Bogotá _ e morreu sete anos depois, por causa de uma injeção mal aplicada, por um estudante de veterinária. Mas nunca mais deixou de ser o mascote do Santa Fe.
Bogotá tem uma altitude de 2,6 mil metros. Comparada à de La Paz, que tem mil metros a mais de altitude, quase não é sentida. Ainda assim, alguns times estrangeiros preferem chegar com antecedência à capital colombiana, a fim de se adaptar. O Grêmio, em 2013, chegou oito dias antes da partida contra o Santa Fe. De pouco adiantou. Perdeu por 1 a 0 e foi eliminado.
Independiente Santa Fe e Inter se enfrentaram apenas uma vez na história. Foi em 1972, pelo torneio Cidade de Bogotá. E os colombianos venceram por 1 a 0. O retrospecto do Inter contra clubes colombianos, em partidas oficiais e amistosas, aponta para 18 jogos, com três vitórias, 11 empates e quatro derrotas. O Inter marcou 14 gols e sofreu outros 14.
O TÉCNICO
O argentino Gustavo Costas é um dos ídolos da torcida do Independiente Santa Fe. Chegou ao clube em junho do ano passado e conquistou o campeonato colombiano. Aos 52 anos, ele adotou um sistema de jogo com grande poder ofensivo. Antes de chegar a Bogotá, Costas (ex-zagueiro do Racing) treinou Racing (ARG), Guarani (PAR), Alianza Lima (PER), Cerro Porteño e Olimpia (PAR), Al Nassr (EAU) e Barcelona (EQU).
No Alianza Lima se tornou devoto do Senhor dos Milagres. Antes de cada jogo, cumpre um ritual. Pega a imagem do santo com as duas mãos e dá três beijinhos. Em meio aos jogos, é visto chutando bolas imaginárias na área técnica.
O ESQUEMA
O Santa Fe atua no 4-3-1-2. Com toques rápidos, a equipe tem facilidade para chegar ao ataque. Omar Pérez é o principal articulador. No ataque, além dos perigosos Morelo e Luis Páez, há o reserva Rivera, que entrou no segundo tempo contra o Estudiantes e fez o segundo gol, no jogo de Bogotá.
Rival colombiano
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Leandro Behs
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