A pandemia do coronavírus parou com as atividades futebolísticas em março. De lá para cá, o Grêmio precisou se reorganizar financeiramente. O clube readequou contratos, deu férias a jogadores e funcionários, renegociou dívidas, adiou pagamentos de salários aos jogadores e não realizou demissões. No último dia 30 de junho, encerrou-se a primeira fase do planejamento de contingência. De julho a setembro, virá a segunda fase do plano.
— Nós tínhamos a primeira etapa do plano de contingência que entrou em vigor em marco até 30 de junho. Terminamos isso e estamos aplicando a segunda etapa até 30 de setembro, mesmo com o retorno das competições. A gente avalia como um resultado positivo a primeira etapa. Tivemos eficácia em praticamente todas as ações que adotamos. Devido ao não retorno das atividades competitivas, iniciamos a segunda. Estendemos algumas flexibilizações de alguns contratos de trabalho no futebol feminino e categoria de base — destacou o CEO do Grêmio, Carlos Amodeo, que completa:
— Estendemos a redução de jornada nas funções administrativas para o mês de julho e fizemos um processo de reestruturação do passivo financeiro bancário de curto prazo junto às instituições financeiras. Recebemos um valor de antecipação das cotas de TV do segundo semestre e o clube se encontra em relativa estabilidade até o final de setembro deste ano.
A prioridade atual é manter o fluxo de caixa. Afinal, apesar de as contas estarem estáveis, a direção renegociou alguns vencimentos para as próximas duas temporadas.
— A prioridade é assegurar a estabilidade financeira do clube a curto e médio prazo. Fizemos uma série de renegociações de valores para 2021 e até 2022. Seja venda de atleta ou transação de algum jogador que não está mais conosco, ou mecanismo de solidariedade. O recurso será utilizado para o equilíbrio do nosso fluxo de caixa e custeio das nossas atividades essenciais — avaliou o dirigente.
Apesar de não contar com o dinheiro da venda de Arthur de maneira imediata, os gremistas monitoram atentamente os movimentos de algumas cifras na Europa. Afinal, nomes como Jaílson e Tetê atraem a atenção do mercado europeu e podem render frutos futuros.
— A gente tem por filosofia de gestão sempre buscado preservar direitos econômicos dos nossos atletas quando fazemos vendas para o Exterior. Foi assim com o Jaílson e o Tetê. São ativos que podem gerar receita. Acompanhamos o desempenho deles e aguardamos a movimentação do mercado — ressaltou.
Mesmo com o negócio inesperado de Arthur com a Juventus e a possível venda de Dudu, o clube precisa vender seus próprios atletas. De acordo com Amodeo, o clube aguarda a janela europeia para vislumbrar alguma oportunidade.
— Como o nosso presidente já falou, prevemos R$ 70 milhões com vendas de atletas. Vamos aguardar como a janela vai se comportar. Pode ser mais retraída, mas a gente já vê alguns clubes se movimentando dentro da própria Europa. Ainda não houve negócios com a América do Sul, mas a gente acredita que quando os campeonatos europeus se encerrarem, haverá o planejamento deles para o início de aquisições de atletas — disse.