Quem se acostumou com o clima quente dos debates à Presidência da República ou ao governo do Estado, viu um cenário parecido no encontro entre os candidatos à presidência do Grêmio, organizado pela TVCOM. Em pouco mais de uma hora, Romildo Bolzan Jr. e Homero Bellini Jr. trocaram farpas enquanto protagonizaram a última discussão de planos para o clube antes da eleição deste sábado.
As gentilezas entre os candidatos ficaram restritas à primeira rodada de perguntas e respostas, quando concordaram sobre a necessidade de uma administração independente da Arena a partir do acerto para a compra da gestão do estádio, além de convergirem sobre a intenção de buscar fontes diferentes de receitas.
As alfinetadas se iniciaram com menções ao presidente Fábio Koff por parte de Romildo Bolzan Jr. O candidato da oposição destacou que seu adversário "se escora" na figura de Koff, ao que Bolzan respondeu que utilizará seus apoiadores como "conselheiros na caminhada".
Veja a entrevista especial de ZH com Romildo Bolzan Jr.
Veja a entrevista especial de ZH com Homero Bellini Jr.
Bellini ainda queixou-se de uma manifestação de Bolzan em um debate anterior, quando teria afirmado que o candidato da oposição faz o discurso de um colorado. Bolzan rebateu afirmando que seu adversário foi desrespeitoso com o presidente Fábio Koff, chamando-o de "senil" e "sem condições físicas" de exercer o cargo de vice-presidente de futebol, o qual assumiria no caso de vitória da situação.
Quando falaram sobre futebol, Bolzan defendeu a evolução das categorias de base e as campanhas dos últimos dois anos. Bellini rebateu afirmando que a gestão atual "não ganhou sequer um Gre-Nal", frase que repetiu várias vezes durante o embate.
Os candidatos ainda divergiram quando Bellini tocou no "Movimento Por um Futebol Melhor", do qual o Grêmio participa e dá descontos aos associados em supermercados. O candidato da oposição afirmou que as vantagens não eram comunicadas aos sócios, e Bolzan irritou-se, dizendo que o tema era uma "pegadinha" e lembrando que o clube tem mais de 2 mil produtos licenciados.
No segundo bloco, os candidatos responderam a perguntas dos jornalistas Diogo Olivier, de Zero Hora, e Paulo Brito, da RBS TV e TVCOM.
Brito questionou a respeito do entorno da Arena, ao que Bolzan respondeu que pretendia "pintar o bairro de azul, preto e branco" e fazer uma série de ações para que o Humaitá se integrasse à Arena. Bellini afirmou que seu movimento, o Grêmio Independente, já faz um trabalho no local.
Diogo Olivier perguntou sobre a suposta contradição de Homero Bellini Jr. se apresentar como o candidato da mudança sendo que participou de outras gestões. O oposicionista afirmou que é preciso ter experiência de clube para assumi-lo e destacou que apresenta novidades como um claro plano de gestão.
Olivier ainda questionou Bolzan a respeito da suposta contradição de ser um político disputando o pleito, sendo que a atual gestão, na eleição passada, criticou Paulo Odone por isso. Bolzan destacou que licenciou-se da presidência do PDT e não ocupa cargo público.
No terceiro bloco, o entorno da Arena voltou ao debate a partir de um questionamento de Bolzan, que lembrou que o clube é réu em um processo sobre a utilização dos arredores do estádio. Bellini mostrou-se indignado com vantagens supostamente dadas ao Inter na construção do Beira-Rio e que não foram dadas ao Grêmio.
O oposicionista ainda questionou Bolzan a respeito da questão financeira, ao que o situacionista destacou que já havia um passivo herdado pela atual gestão, citando até a administração de José Alberto Guerreiro (da qual Bellini fez parte).
O candidato da oposição então levantou cartazes com números para atacar a gestão, e Bolzan afirmou que o panorama descrito por seu adversário não é preciso, já que a gestão manteve a "dignidade" do Grêmio ao renegociar o contrato com a Arena, além de lembrar que, apesar dos altos investimentos no futebol, houve retorno em receitas com vendas de jogadores. Os dois candidatos ainda debateram a respeito das categorias de base.
O último bloco foi reservado às considerações finais. Bellini voltou a enfatizar o projeto de gestão como solução para um Grêmio melhor no futuro, enquanto Bolzan destacou que não fará "terra arrasada", nem "levantar cartazinho", pois vai "levantar taças".
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