Mesmo que seja suspensa em breve, a moratória técnica da Argentina inquieta também o lado de cá da fronteira. Principal mercado externo da indústria brasileira, o país terá de, em poucos dias, reverter a imagem combalida pela negociação conturbada. Mesmo que por algumas horas, o país está mergulhado em um calote involuntário por não ter chegado a um acordo com os chamados fundos abutres antes do prazo previsto.
Com nota rebaixada por uma das maiores agências de classificação de risco do mundo, a Standard & Poors, o país vizinho corre o risco de ver secar ainda mais as fontes de crédito para fazer importações, o que amplia as previsões de compras ainda menores de fábricas do Brasil e do Rio Grande do Sul.
- O cenário na Argentina é recessivo. Não vai haver nenhuma possibilidade de que se mantenham os níveis de exportação. Acreditamos nisso mesmo que venha a ocorrer um acordo nos próximos dias. A Argentina tem um longo dever de casa a fazer nos próximos anos - diz Cezar Luiz Müller, coordenador do Conselho de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Concex) da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs).
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Entenda a crise na Argentina