Redação Donna
Não teria lugar melhor para uma história que fala sobre dinossauros e androides começar senão o Japão, onde já é notória a ponte entre ontem e o amanhã. Mas o plano é que o país seja mais do que um belo cenário para ilustrar com pompa os primeiros capítulos de Morde & Assopra, novela de Walcyr Carrasco que substituirá Ti-Ti-Ti na Globo, em 21 de março.
? A trama está muito dentro do Japão no começo, tanto quando a novela fala das escavações paleontológicas quanto no caso dos androides ? detalha o diretor-geral, Rogério Gomes, o Papinha.
Papinha e uma equipe de 30 pessoas passaram 20 dias gravando em Tóquio e arredores ? foram quase 50 cenas.
? Antes disso, passei 10 dias lá, escolhendo locações ao lado do Walcyr. Essa pré-produção foi fundamental para que o trabalho fosse tranquilo, como foi, depois ? conta o diretor.
Equipe
Morde & Assopra, que quase se chamou Dinossauros & Robôs, tem três núcleos principais. Mateus Solano será Ícaro, um cientista que vai ao Japão em busca da tecnologia necessária para construir uma androide. A motivação para tanto é recuperar o amor de sua vida, Naomi (Flávia Alessandra), que morreu num acidente.
Ao mesmo tempo, a paleontóloga Júlia (Adriana Esteves) começa a novela fazendo escavações ao pé do Monte Fuji ? seu grande sonho é encontrar uma ossada de dinossauros.
Um encontro inesperado dos dois personagens vai levá-la ao Brasil, mais precisamente à cidade fictícia de Preciosa, na região de Marília ? não por acaso, um polo de imigração japonesa no interior de São Paulo. Ali, debaixo de um cafezal, pode estar escondido um bichão de 90 milhões de anos. Ancorada no Japão, há a história de uma família de dekasseguis, que é obrigada a voltar ao Brasil por falta de trabalho por lá.
? Marília foi a referência para a construção da cidade de Preciosa, que será feita no Projac ? diz Papinha.
Eclético
Editor que passou a diretor, Papinha fará sua 16ª novela, uma trajetória que mistura vários estilos, desde a praiana Tropicaliente (2004) até a rural Paraíso (2009), passando ainda pelos sucessos Beleza Pura (2008) e, mais recentemente, Escrito nas Estrelas (2010). Por pura coincidência, é a segunda vez que ele grava no Japão. A primeira foi em Laços de Família (2000).
? A gente queria gravar com neve, mas no primeiro dia, nada. Mas tivemos uma surpresa, porque o dia seguinte foi o primeiro dia de neve do ano ? relata, empolgado. ? O Fuji, do jeito que a gente gravou, com neve no topo, só durante cinco dias por ano.
O contato com os robôs foi bastante útil para que o diretor possa dar o tom certo à androide que será interpretada por Flávia Alessandra.
? Primeiro, fizemos alguns ensaios sem emoção, mas vimos que não daria certo. Chegamos num conceito de que ela tem de ter alguma emoção, para que não fique um robozão. E as androides que a gente viu lá não têm aqueles movimentos duros, é uma coisa mais suave ? explica. ? Definitivamente, não será uma Super Vicky.
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