Redação Donna
Você pode teimar que não, mas o mau humor pode se transformar em doença. A distimia faz com que a pessoa não veja mais graça em absolutamente nada. Os traços essenciais da doença são o estado depressivo leve e prolongado. Um dos coordenadores do livro Distimia - Do Mau Humor ao Mal do Humor, Antonio Egidio Nardi, esclarece algumas dúvidas frequentes sobre o assunto:
Como eu sei se sou distímico?
Não é um diagnóstico fácil e tem que ser feito por um médico. As pessoas costumam não perceber que tem a doença. Entendem que "são assim mesmo". Dificilmente procura tratamento por isso. Quando vai procurar ajuda é porque está com depressão ou tornou-se dependente químico para tentar livrar o mau humor, situações associadas à distimia.
Quais são os sintomas?
O mau humor é irritado, diferente do mau humor da depressão que é triste. A pessoa tem baixa auto estima. Não enxerga prazer em nada. É muito pessimista. O distímico tem poucos amigos. É alguém visto como isolado. Se há cronicidade, pelo menos, dois anos de uma situação constante de mau humor, pode ser distimia.
É bem parecido com depressão?
É parecido, mas não é igual. A depressão tem alteração de apetite, insônia e diminuição da libido, características não-verificadas na distimia. Mas o distímico, em algum momento da vida, viverá um quadro de depressão.
Tem tratamento?
Sim. O tratamento envolve antidepressivos e pode ser tratado com terapia. A mais adequada é terapia cognitiva comportamental.
Qual é a origem da distimia?
A hipótese da causa da distimia mais aceita é a hereditária. A distimia, assim como a depressão e o transtorno bipolar, são transtornos de humor com forte carga genética. Os genes talvez sejam responsáveis por uma disfunção no metabolismo de serotonina. Não é serotonina em excesso ou diminuída, é um funcionamento irregular de receptores de serotonina.
O livro
Distimia - Do Mau humor ao Mal do Humor - 3º Edição. Ricardo Alberto Moreno, Táki Athanássios Cordás e Antonio Egidio Nardi & Cols. Artmed Editora. 118 págs. R$ 29 (preço médio)