Defensores da já conhecida dieta do mediterrâneo ganharam mais um argumento em seu favor. Um estudo divulgado recentemente aponta a eficácia desta dieta para reduzir o ganho de peso comum ao passar dos anos, principalmente em pessoas que têm tendência a engordar. A pesquisa foi realizada em parceria entre a Universidade Navarra, da Espanha, e pela americana Harvard University.
Os pesquisadores analisaram mais de 10 mil voluntários com 38 anos durante seis anos, comparando aqueles que seguiram fielmente a dieta mediterrânea com aqueles que mantinham outros hábitos alimentares. Neste período, foi constatado que a dieta beneficia mais o sexo masculino. Os homens pesquisados que seguiram a dieta engordaram cerca de 128 gramas por ano, em média. O dobro desse peso foi percebido naqueles que não tinham o plano alimentar: 287 gramas por ano.
O efeito foi menos acentuado nas mulheres. Os dados entre elas apontaram um aumento de 242 gramas por ano nas que seguiram a alimentação mediterrânea, contra 300 gramas entre as que não optaram pela dieta.
Entre os que tinham tendência a engordar os resultados também foram animadores:
? Os participantes que ganharam mais de três quilos ao longo dos cinco anos anteriores, no início do estudo, ganharam apenas 48 gramas por ano com a dieta. Os que não seguiram a dieta ganharam 261 gramas em média, tanto mulheres como homens ? afirma um dos pesquisadores Juan José Beunza.
Beunza adverte que, apesar de os números parecem pequenos, se projetados a longo prazo, representam diferenças significativas do ponto de vista clínico de controle do peso corporal.
Quanto à ideia de que é normal ter ganho de peso com a idade, o autor afirma que trata-se de crendice:
? É realidade que o padrão da dieta mediterrânea reduz o ganho de peso que normalmente ocorre com a idade, mas este aumento não deve ser considerado normal.
A pesquisa acaba de ser publicada na revista de nutrição American Journal of Clinical Nutrition.
No que se baseia a dieta do mediterrâneo?
A dieta do mediterrâneo foi criada com base na alimentação usada em países da região do mar Mediterrâneo, como Itália, Grécia, Portugal, Espanha e França, visando uma melhor qualidade de vida através de uma rotina alimentar saudável e que não priorize apenas o controle do peso. Segundo a nutricionista do Centro de Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital São Lucas da PUCRS, Anália Barhouch, as orientações desta dieta são realmente benéficas para saúde pois se baseiam na redução do consumo de gorduras ruins e carboidratos brancos.
A carne vermelha, a manteiga e os pães e massas brancas, neste modelo de dieta, encontram-se no topo da pirâmide, que indica o menor consumo. Em compensação, a dieta orienta a ingestão de mais proteínas magras, como peixe, frango e ovos.
A dieta prioriza:
:: Carboidratos integrais: como pães, massas, arroz e cereais integrais;
:: Óleos vegetais: como azeite de oliva e óleo de girassol;
:: Frutas e verduras em geral
:: Oleaginosas: como nozes, castanhas e amendoim;
:: Leguminosas: como feijão, soja lentilha, ervilha, grão de bico;
Alerta da nutricionista:
? Apesar de fazerem muito bem para a saúde, é preciso moderar o consumo das oleaginosas e óleos vegetais, pois são bastante calóricos ? explica Anália.
Na dieta também foram inclusas duas recomendações que causam divergências entre nutricionistas e médicos. Ela indica a ingestão de vinho e suplementos vitamínicos.
? É preciso ter cuidado. A recomendação do vinho é de uma taça por dia.
A consulta individualizada com um profissional é essencial para identificar as necessidades específicas de cada pessoa e, com base nisso, montar a dieta mais adequada.
Dieta do mediterrâneo pode reduzir quilos que surgem com o passar dos anos
Redação Donna
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