Redação Donna
Esta sexta-feira, 9 de julho, assinala um melancólico aniversário: há 30 anos morria Vinicius de Moraes, uma das figuras mais marcantes da cultura brasileira, um talentoso poeta (ou poetinha, como, modestamente, se denominava) e compositor. Carioca, Vinicius teve uma vida movimentada e sob muitos aspectos pitoresca. Era, para começar, um boêmio inveterado, apreciador do uísque, e grande conquistador: casou-se nada menos que nove vezes e teve inúmeros casos. Viveu numa época de grande agitação política, mas sua atuação nessa área foi, às vezes, desconcertante: começou como integralista, a versão cabocla do fascismo europeu, que enganou a ele e a muitos outros: Dom Hélder Câmara, Santiago Dantas, Adonias Filho, José Lins do Rego. Depois tornou-se um esquerdista, mas moderado. De profissão, era diplomata, mas, de novo, não muito atuante; o porteiro de uma das embaixadas onde atuou resumia assim o seu expediente: De manhã não trabalha, de tarde não vem. Em vez de servir no Uruguai, para onde estava designado, ficou no Rio, apresentando-se em botecos, o que deu ensejo à ditadura para cassá-lo. Como poeta, Vinicius certamente não teria meios de ganhar a vida; mas cedo descobriu que poderia colocar seu talento na música, tornando-se parceiro de grande compositores: Toquinho, Baden Powell, João Gilberto, Chico Buarque e Carlos Lyra e, sobretudo, Tom Jobim, com quem compôs Se Todos Fossem Iguais A Você, A Felicidade, Chega de Saudade, Eu Sei Que Vou Te Amar, Insensatez, e, claro, Garota de Ipanema.