Passei dias analisando o que escrever neste sábado em ZH. Coincidência ou não, minha coluna seria publicada no 20 de setembro. Bueno, aí acompanho nos veículos e nas redes sociais dois fatos que contrariam esse sentimento de orgulho do nosso povo: homofobia e racismo. Sei que muito já se falou sobre os episódios e seus desdobramentos que, aliás, terminaram em fogo (que ironia, afinal, na Semana Farroupilha a Chama Crioula permanece acesa em todo o Rio Grande com um significado muito diferente: de respeito.)
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Me causou estranhamento que tais questões, principalmente a do CTG de Livramento, surjam justo no período setembrino. Prometo não entrar nas questões que envolvem o tradicionalismo gaúcho e seus conceitos ou preconceitos. Poderia, no entanto, falar de outro preconceito, com a "gente de bombacha" de um movimento cultural que vem sendo alvo, assim como as minorias, de constantes apontamentos de quem dele não participa.
Deveria ressaltar, também, que o MTG não é detentor dos direitos sobre a cultura gaúcha, mas um movimento que busca preservar o que considera a tradição. Inclino-me a dizer que sim, às vezes sinto falta que tal movimento dialogue com os tempos de hoje sem hipocrisias, mas sou cantora regional e não filiada a uma entidade tradicionalista. Portanto, não me sinto à vontade para exigir transformações.
Poderia falar de várias questões que envolvem os acontecimentos, mas não vou. Uso esse espaço para chamar a atenção contrária. Preconceito gera preconceito. Ficar apontando culpados pode criar uma nova forma de exclusão, agora daqueles que trajam as pilchas gaúchas. Não podemos esquecer que, antes de tudo isso, está um sentimento que fala de amor à terra e às origens. É disso que falamos em setembro.
O RS é um estado de orgulho de cultura própria diante de um país de diversidades. Seria bem melhor que, ao invés de nos separarmos perante nossas divergências, usássemos nossa energia para difundir nossos costumes, nosso orgulho e nossa história. Sendo você tradicionalista ou não.
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