
Para escrever Futurações, os papéis de pai e professor contribuíram, mas não foram suficientes. Caio Riter se sentiu instigado a fazer um resgate de seus próprios dramas adolescentes ao desenvolver os poemas reunidos no livro. O lançamento do novo título será neste sábado (5/4), às 17h, na Palavraria (Vasco da Gama, 165).
Reconhecido por sua vasta obra infantojuvenil, Caio Riter já escreveu poemas para crianças e também para adultos, tendo sua estreia no gênero com o livro infantil Tantos Barulhos (2011). Até este ano, seguiu com a produção de obras em prosa, como Vento Sobre Terra Vermelha (direcionada aos mais velhos), Vicente em Palavras e Maria e seu Sorriso na Janela.
Em Futurações, o escritor retoma a poesia, mas com outro foco. Agora, o público são os adolescentes.
- Comecei a perceber que existem poemas para crianças e poesia para adultos. No segmento da adolescência, não temos muitas opções. A ideia é resgatar a criança que curtia poesia e que poderia se reencontrar com ela somente na fase adulta - afirma Riter.
A convivência com os alunos e a relação com as duas filhas geraram uma proximidade com o universo juvenil. A partir daí, o autor pôde observar quais eram os problemas e as indagações mais comuns, como namoro, vida virtual e vestibular. Mas isso não bastou, e o escritor se viu obrigado a refazer um elo com sua própria adolescência para colocar no papel os 29 poemas. Não que os "grilos" de sua época fossem muito distintos dos atuais:
- Hoje, os apelos são diferentes, mas as angústias da minha época são praticamente as mesmas.
Com ilustrações assinadas por Ana Gruszynski, a obra cerca o adolescente de temas do seu cotidiano, proporcionando diferentes reflexões. A profundidade de conteúdo não quer dizer dificuldade de compreensão para os jovens, segundo o escritor:
- Eu não estava preocupado com poemas herméticos e cerebrais. O jovem tem que ler o poema e se sentir representado também através da clareza.