Respirando com ajuda de aparelho e contando com uma cadeira de rodas para se locomover, o artista plástico Aloisio Buss, 68 anos, irá realizar o sonho de ver Roger Waters pela primeira vez nesta quarta-feira (1º), na Arena do Grêmio. O fã viajou 540 quilômetros de Brusque (SC) para Porto Alegre, em uma mega operação montada pela família.
Ele e seus familiares partiram na terça-feira (31) do município catarinense em um comboio de dois carros, chegando à capital gaúcha no começo da noite. O plano é partir para Arena em um horário mais próximo do show, já que o cilindro dura sete horas.
Tudo começou quando Gabriela, filha de Aloisio, viu a divulgação da turnê de Roger. Naquele momento, ela vislumbrou o quanto seria lindo viver isso com a família toda, porque Pink Floyd sempre foi uma banda presente na vida deles. O artista e sua esposa, Marlise, foram presenteados no aniversário com os ingressos para o show — os dois celebram no mesmo dia, 2 de outubro.
No entanto, Aloisio sentiu receio. Achava que não conseguiria ir. Porém, seus filhos — além de Gabriela, Caroline e Anderson — já haviam planejado a logística. Houve uma conversa com a médica do pai e, então, eles alugaram um cilindro de oxigênio portátil. Aliás, Caroline veio de Londres, Inglaterra, para estar com a família neste momento.
— Pela minha condição física, tenho que ficar, praticamente, 24 horas ligado ao oxigênio. Isso exige toda uma estrutura e estratégia que os filhos deixaram tudo prontinho. A gente não tinha nem como negar esse presente que fizeram — relata Aloisio.
A empolgação do artista plástico é grande, já que vai realizar um sonho antigo e ainda com a família reunida.
— Curto Roger e Pink Floyd desde a minha juventude — destaca ele. — Um estilo de música que me inspira muito, porque meus trabalhos de arte são de um estilo surrealista. Esse tipo de música me envolve e me leva a imaginar muita coisa.
A partir das 21h, Roger Waters faz seu quarto show em Porto Alegre. A primeira vinda do ex-Pink Floyd foi em 2002, com a In The Flesh Tour no Estádio Olímpico. Depois, ele se apresentaria duas vezes no Beira-Rio, em 2012 e 2018. Desta vez, ele voltou à capital gaúcha com a turnê This is Not a Drill.
