De frente para o Mar do Caribe, cinco séculos de história fazem de Cartagena uma das cidades mais interessantes da Colômbia e da América do Sul. Com uma muralha que já foi sua proteção contra o avanço dos piratas, igrejas seculares e sobrados restaurados com esmero, a colorida Cartagena foi, por muitos anos, a cidade do escritor Gabriel García Márquez, prêmio Nobel de Literatura e autor do incomparável Cem Anos de Solidão. Mesmo fechada para visitação, a casa rosada se tornou ponto turístico. Frases do escritor estão espalhadas pelo centro histórico em painéis de vidro, protegidos da maresia.
Foi nessa cidade quente e úmida que García Márquez ambientou O Amor nos Tempos do Cólera e deu vida aos personagens Florentino Ariza, Fermina Daza e Juvenal Urbino, vértices de um triângulo amoroso levado às telas pelo diretor Mike Newell, com Javier Bardem, Giovanna Mezzogiorno, Benjamin Bratt e Fernanda Montenegro.
Mas não é preciso ser fã do escritor colombiano para se apaixonar por Cartagena com seus sobrados multicores, enfeitados por buganvílias e heras de flores azuis. Uma cidade sob medida para o Instagram. O centro histórico tem hotéis instalados em antigos conventos, cafés, bares e restaurantes espalhados por ruelas em que é possível passear em carruagens puxadas por cavalos. Nas esquinas, colombianas vestindo trajes típicos com as cores da bandeira vendem frutas frescas picadas que ajudam a aplacar o calor de mais de 30ºC do mês de julho.
No fim da tarde, os turistas disputam mesas, cadeiras e espaços vazios para assistir ao pôr do sol no Café del Mar, um bar e restaurante construído sobre a muralha que é uma das atrações do centro histórico. Com mesas ao ar livre, o restaurante do Café del Mar funciona das 17h à meia-noite. O bar, das 17h às 3h, todos os dias.
Além das igrejas, das praças e da muralha, três visitas são obrigatórias para quem vai a Cartagena e se interessa por história: o castelo de San Felipe de Barajas, o Convento de la Popa e o Museu da Inquisição. O museu reúne uma impressionante coleção de instrumentos medievais de tortura e conta de um tempo em que a Igreja Católica vivia literalmente nas trevas. Cartagena tem dois bairros modernos, Laguito e Boca Grande, que concentram hotéis e prédios de apartamentos.
É lá que estão as praias de água azul, mas a areia vulcânica, escura, torna o banho de mar pouco atrativo. Para conhecer a praia perfeita é preciso ir até Islas del Rosário ou Playa Blanca, a cerca de uma hora em lanchas rápidas. Os barcos saem pela manhã, do Muelle de La Bodeguita, em frente à Torre del Reloj, e retornam no final da tarde. Além do banho de mar, é possível nadar com os peixes, fazer snorkeling ou mergulhar em águas mais profundas.
Cartagena em sete dicas
1. Os táxis são baratos, mas é preciso ter alguma referência de preço. Como não usam taxímetro, o preço deve ser combinado no embarque. E pode ter diferença de até 10 vezes entre um e outro para fazer o trajeto da zona dos hotéis ao centro histórico.
2. Vale a pena abrir mão da comodidade do café da manhã no hotel em que estiver hospedado para conhecer as diferentes opções na cidade antiga. Não deixe de experimentar o Café del Reloj, com vista para um dos monumentos mais conhecidos da cidade.
3. Evite trocar dinheiro na rua. Há casas de câmbio espalhadas por toda a cidade.
4. Uma visita ao Castelo de San Felipe é programa obrigatório, mas faça isso nas primeiras horas da manhã. Perto do meio-dia, o calor torna a subida insuportável.
5. Em qualquer lugar por onde se ande, há um enxame de vendedores oferecendo peças de artesanato colombiano. Se for comprar, pechinche.
6. A esmeralda é a pedra de Cartagena. Você pode assistir à fabricação de joias e até desenhar uma para ser executada na sua presença.
7. Na Praça de Santo Domingo está uma escultura de Fernando Botero, conhecida como la Gorda Gertrudis. Reza a lenda que quem toca nas nádegas de La Gorda de 650 quilos terá sorte na vida. Passar a mão nos seios de bronze garante um romance duradouro e o retorno a Cartagena.