Erik Farina
Cedo ou tarde iria acontecer. O raio gourmetizador caiu no Litoral Norte. Os crepes no palito, de massa rechonchuda e fumegante, agora concorrem com variedades francesas, de crosta fininha cuidadosamente engomada e servida com filé mignon, cebola caramelizada e queijo gorgonzola. Os singelos churros de carrocinha brigam com modelos cobertos de Nutella, raspas de chocolate belga e castanhas do Pará.
Não há crise que segure: inventores da cozinha estão desmanchando e reconstruindo o que parecia ser a versão final das guloseimas de praia.
– É mais caro, mas a gente passa o ano cuidando para não gastar muito, então chega as férias e quer se dar ao luxo de aproveitar os prazeres da vida – decreta a professora Luciana Krummenauer, que dividia uma mesa com o filho Bruno e o marido Alex em uma gelateria italiana de Xangri-Lá, cada um com seu cascão de R$ 12.