<P>Das muitas estatísticas de saúde embaraçosas nos Estados Unidos, o grande número de gravidezes não desejadas talvez seja o mais fácil de corrigir. Quase 43% delas acontecem graças ao uso incorreto ou inconsistente de contraceptivos. Claro, alguns casais não usam qualquer tipo de proteção, mas outros confiam em métodos com altos índices de falha, mesmo usados corretamente. Em outubro, esses fatos fizeram um comitê do Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas pedir que seus membros apresentassem às mulheres de todas as idades métodos mais eficazes e pouco utilizados de contracepção reversível: os DIUs e implantes hormonais. Esses métodos de ação prolongada removem o risco de erro quando uma mulher sexualmente ativa deseja evitar a gravidez. Sua eficácia rivaliza com a da esterilização.<BR><BR><STRONG><A class=link-corpo href="http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/vida/bem-estar/noticia/2015/08/mulheres-baixas-tendem-a-ter-uma-gestacao-mais-curta-diz-estudo-4829218.html" target=_blank><STRONG>Mulheres baixas tendem a ter gravidez mais curta</STRONG></A><BR><BR><A class=link-corpo href="http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/vida/noticia/2015/04/dez-perguntas-e-respostas-sobre-a-pilula-anticoncepcional-4746991.html" target=_blank>10 perguntas sobre a pílula anticoncepcional</A></STRONG></P>
<P>Em um estudo de 2012 com 7.486 meninas e mulheres entre 14 e 45 anos, os contraceptivos reversíveis de ação prolongada (Larcs na sigla em inglês) provaram ser mais de 20 vezes mais eficazes na prevenção da gravidez do que a pílula, o adesivo contraceptivo ou o anel vaginal. O risco de engravidar com esses outros métodos foi elevado entre aquelas com menos de 21 anos, cuja taxa de gravidez indesejada era quase o dobro da verificada entre as mulheres mais velhas.<BR><BR><STRONG><A class=link-corpo href="http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/noticia/2013/06/jovens-usam-pilula-do-dia-seguinte-sem-conhecimento-adequado-4170475.html" target=_blank><STRONG>Jovens usam pílula do dia seguinte sem conhecimento</STRONG></A></STRONG></P>
<P><STRONG>No Brasil, consulta pública para incluir os Larcs no SUS</STRONG></P>
<P>Mesmo assim, menos de 10% das mulheres sexualmente ativas utilizam contracepção reversível de ação prolongada e uma das principais razões para isso é a relutância dos médicos em recomendá-la. Apenas cerca de metade dos obstetras oferecem o implante nos Estados Unidos. No Brasil, o Ministério da Saúde abriu uma consulta pública sobre a inclusão dos Larcs no Sistema Único de Saúde (SUS). A sociedade pode participar até 18 de janeiro de 2016 acessando o site conitec.gov.br. </P>
<P>De acordo com o comitê, americano quase todas as mulheres são aptas para usar os métodos Larc disponíveis. São implantes que liberam lentamente o hormônio etonogestrel durante um período de três anos e quatro tipos de DIUs: o T de cobre que pode ser usado por até 10 anos e três DIUs contendo o hormônio levonorgestrel (dois aprovados para o uso durante até três anos e um até cinco anos). Na prática, esses métodos são associados a uma taxa de gravidez de menos de uma em cada 100 mulheres, no período de um ano. Quem usa a pílula, o adesivo ou o anel vaginal enfrenta um risco de gravidez anual de 9%. O diafragma está associado a uma taxa de 12% e, com preservativos e outras barreiras contraceptivas, a taxa é de 18%.</P>
<P>- Não há um método anticoncepcional melhor para todas as mulheres ou casais, mas elas deveriam ter acesso a todos, além de saber como os Larcs são eficazes - disse Megan Kavanaugh, pesquisadora do Instituto Guttmacher, dos Estados Unidos, que estuda saúde reprodutiva.</P>
<P><STRONG>O implante de etonogestrel</STRONG></P>
<P>É um plástico do tamanho de um palito de fósforo inserido sob a pele na parte superior do braço. O hormônio, uma forma de progesterona, impede a ovulação e engrossa o muco cervical, tornando mais difícil para o esperma alcançar e fecundar um óvulo. Embora o implante possa permanecer no lugar e ser eficaz durante três anos, pode também ser removido antes. </P>
<P>Normalmente, com o implante, o sangramento menstrual diminui e, depois de um ano, uma em cada três mulheres para de menstruar. No entanto, algumas desenvolvem períodos mais longos, mais intensos, e outras têm pequenos sangramentos no meio do ciclo. O mesmo ocorre com o DIU hormonal. </P>
<P><STRONG>Levonorgestrel</STRONG></P>
<P>Também é uma progesterona e altera o muco cervical, bloqueando o movimento dos espermatozoides e a fecundação do óvulo. </P>
<P>Ele ainda suprime o aumento do revestimento uterino e, portanto, reduz cólicas e sangramento menstrual intenso. As mulheres que o usam relatam uma redução significativa do sangramento menstrual.</P>
<P><STRONG>DIU de cobre</STRONG> </P>
<P>Não contém hormônios. O que acontece é que o cobre é tóxico para os espermatozoides, impedindo-os de fertilizar o óvulo. Além disso, ele também evita que o óvulo fertilizado se prenda ao útero, por isso, o DIU de cobre pode servir como contracepção de emergência até cinco dias após uma relação sexual desprotegida. O implante e o DIU podem ser usados por quem está amamentando, bem como quem não pode tomar estrogênio. Existem poucas contraindicações.</P>
<P>De acordo com as orientações do Centro de Prevenção e Controle de Doenças e do Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas, quase todas as mulheres podem usá-los. Ao contrário dos primeiros dispositivos, que há muito não são mais usados, "a versão moderna não oferece maior risco de doença inflamatória pélvica após os primeiros 20 dias de inserção", escreveram a Dra. Brooke Winner e seus colegas no The New England Journal of Medicine. E a fertilidade retorna rapidamente quando os dispositivos são removidos.</P>
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Contraceptivos
Nos EUA, médicos querem aproximar mulheres de implantes hormonais contra a gravidez indesejada
Métodos de ação prolongada também são discutidos no Brasil
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