Os casos de microcefalia associados ao zika vírus continuam crescendo no país: desde a última semana, foram 381 novas notificações, levando o número de casos suspeitos da doença a 2.782 até 19 de dezembro. Também foram registradas, ao longo do ano, 40 mortes de bebês possivelmente relacionadas ao vírus. Os casos estão distribuídos em 618 municípios de 20 Estados, conforme dados divulgados nesta terça-feira pelo Ministério da Saúde em um novo boletim epidemiológico.
Não houve registro de mais casos no Rio Grande do Sul, mas a Secretaria Estadual da Saúde deve divulgar na tarde de quarta-feira os dados atualizados sobre casos de zika vírus, dengue e chikungunya. Em 15 de dezembro, foi informado o primeiro caso suspeita de microcefalia relacionada ao zika no Estado.
A situação mais alarmante continua se concentrando no Nordeste. Pernambuco permanece como o Estado com maior número de casos, com 1.031. Em seguida estão a Paraíba, com 429 casos, e a Bahia, com 271 - número menor que o anteriormente informado por conta de um erro de registro.
Diante da ameaça de proliferação do mosquito Aedes aegypti, que se reproduz principalmente no verão, o secretário de Vigilância em Saúde, Antônio Nardi, convocou "uma grande mobilização nacional" para combater o mosquito, pedindo à sociedade que, antes de sair de férias, descarte corretamente latas, garrafas, embalagens de presentes e qualquer recipiente que possa acumular água parada.
- Se hoje não temos uma vacina para o zika, chikungunya ou dengue, ou alguma tecnologia inovadora pronta para ser utilizada imediatamente, a ação mais efetiva é eliminar os focos do mosquito - declarou Nardi.
A partir desta semana, as ações de combate aos criadouros do Aedes aegypti e o cuidado com os criadouros do mosquito ganham, em todo o país, o reforço de mais de 266 mil agentes comunitários de saúde. Os profissionais se juntam aos 43.920 agentes de combate às endemias que já realizam o serviço nas comunidades.
Ao mesmo tempo em que convocou a população a doar sangue - especialmente neste início do período de férias, quando os estoques costumam cair em todo o país e há maior demanda por transfusões -, o secretário de Atenção à Saúde, Alberto Beltrame, ressaltou que os hemocentros estão sendo orientados a não aceitarem a doação de pessoas com sintomas de zika.
- Estamos intensificando as recomendações para triagem clínica dos possíveis doadores nos hemocentros, reforçando as perguntas sobre a ocorrência de doenças recentes e sintomas que possam indicar infecção, inclusive pelo vírus Zika - afirmou Beltrame.
Recomenda-se que pessoas que apresentaram sintomas compatíveis com o zika vírus evitem doar sangue por um período de 30 dias. O Ministério da Saúde também orienta os doadores para que não deixam de informar, até sete dias depois de uma transfusão de sangue, sobre a ocorrência de sintomas que possam indicar alguma doença.
Entenda os sintomas e o tratamento das três doenças transmitidas pelo Aedes:
Entenda como o zika se espalhou pelo mundo: