Dois dias depois do início da campanha de vacinação contra a gripe A (H1N1), o caso de um menino de cinco anos, que teve uma forte reação adversa após ter sido imunizado na Capital, chamou a atenção para possíveis problemas com o medicamento. Especialistas da área, no entanto, acreditam que a vacina é segura e que, em princípio, se trata de um caso isolado.
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De acordo com Cláudia Carneiro Lorscheider, gráfica de 46 anos, o filho Yago começou a apresentar inchaço no braço cerca de 30 horas após ter sido vacinado, em um posto de saúde do bairro Santana.
- Me apavorei, porque inchou muito e ficou bem vermelho no local, além disso, ele teve febre de 39,5ºC. Mediquei em casa pra febre e corri pro posto - conta Cláudia, que aponta que o filho não costuma apresentar alergias.
Segundo ela, Yago está sendo medicado com antialérgico e corticóide, passa bem e está de repouso em casa. Antes do alívio, o irmão do menino postou fotos no Facebook mostrando a diferença entre o braço que recebeu a vacina e o outro. Além disso, escreveu que Yago poderia perder o braço por causa da vacina. O post registrou mais de 20,5 mil compartilhamentos até as 15h30min desta quinta-feira.
Chefe da equipe de vigilância das doenças transmissíveis da SMS, o pediatra Benjamin Roitman diz que a bula da vacina prevê entre 1% a 10% de reação local, como dor de cabeça, febre e edemas, mas que nunca viu um caso em que houve gangrena após aplicação da imunização.
- Quando a gente faz um movimento desses, onde 3,5 milhões de pessoas vão se vacinar, alguma coisa pode acontecer - defende Roitman.
Na avaliação do médico infectologista Jorge Neumann, a reação deve ser um caso isolado, pois o benefício da vacina foi comprovado como sendo muito maior do que o risco e também porque, em principio, não se tem notícias de nenhum outro caso na Capital.
- Nenhuma vacina é absolutamente livre de riscos, mas a maioria das reações da imunização da gripe as pessoas nem notam, porque não incomodam. É difícil dizer quando se deve procurar atendimento médico, porque vai de cada pessoa. Mas se os sintomas persistirem e forem intensos, procure ajuda - recomenda Neumann.
A SMS confirma não ter recebido notificações de casos semelhantes ao de Yago e que todos os casos de "hipersensibilidade", em que as reações não passam em até 48 horas, são registrados e monitorados. A equipe de vigilância garante que a vacina é segura e benéfica.
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