Miguel Ángel Ramírez tem tudo para ser o novo técnico do Inter. Ele interessa a ambos os candidatos. Pelo menos uma das duas chapas, a de Alessandro Barcellos, conversa com ele há cerca de 20 dias. As tratativas estão avançadas e no estágio de falar, já, de ideia de jogo e características de atletas disponíveis no grupo. Inclusive, Ramírez poderia se apresentar antes mesmo do Natal, se fosse necessário. O Independiente del Valle joga a última rodada da Liga Pro, o campeonato equatoriano, na quarta-feira, um dia depois da eleição do Inter. O clube já não tem mais chance de disputar a final e joga por uma vaga na Libertadores 2021.
Ramírez tem como perfil o trabalho com categorias de base e jogadores jovens. Tudo do que o Inter precisa neste momento de crise financeira aguda e com uma fornada repleta de bons jogadores sub-20. Antes de chegar ao Del Valle, o espanhol nascido em Las Palmas á 36 anos tem formação acadêmica e passagens pela base do Las Palmas e do Alavés.
Em 2012, deu o salto em sua carreira ao topar o convite para trabalhar na academia Aspire, a fábrica de talentos de variadas modalidades criada pelo governo do Catar. Foram seis anos. Roberto Olabe, que o havia levado para Doha o convidou para assumir o projeto no Del Valle como coordenador da base. Ramírez e Olabe criaram métodos de treino e organizaram a gestão do clube, uma empresa formadora de jogadores, na verdade.
Em maio de 2019, o técnico espanhol Israel Rescalvo, que havia chegado com eles para assumir o time principal, aceitou proposta do Emelec. Ramírez ficou como interino. Mas os resultados vieram, e o Del Valle o convenceu a ficar como técnico do time principal. A contragosto, topou, afinal sua paixão era a base. Deu certo. No Del Valle, foi campeão da Libertadores sub-20 e da Sul-Americana 2019. Agora, fecha as malas para seguir viagem. A próxima parada tem tudo para ser o Inter.