O jornalista Daniel Giussani colabora com a colunista Giane Guerra, titular deste espaço
Gigante mundial do fumo, a Philip Morris comprou 2 mil créditos de carbono para zerar as emissões do gás na fábrica de Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo. Nessa negociação, empresas adquirem créditos de outros negócios que conseguiram comprovar, a partir de algum órgão internacional, que reduziram suas emissões.
Nesse caso, a Philip Morris adquiriu os créditos da BK Energia Itacoatiara, uma usina que usa resíduos da indústria de madeira para gerar energia, ao invés de combustíveis fósseis. Além de substituir térmicas a diesel, contribuindo para a redução do efeito estufa, a iniciativa elimina resíduos de madeira", destaca a gigante.
Com a compra dos créditos, a indústria de tabaco de Santa Cruz do Sul ganhou um certificado de carbono neutro. O objetivo da Philip Morris é neutralizar as emissões de gás carbônico de todas as suas operações até 2025.
— Além de compensar as emissões, estamos trabalhando para que elas sejam cada vez menores, pois uma das metas da Philip Moris Brasil é mitigar seu impacto ambiental — destaca Mateus Guterres, especialista em Sustentabilidade da empresa.
Na prática, a Philip Morris está com uma série de iniciativas sustentáveis. Desde 2020, por exemplo, utiliza uma caldeira de biomassa em substituição a de combustíveis fósseis. A empresa e seus fornecedores também vêm promovendo o financiamento de estufas mais eficientes para a cura do tabaco, assim como melhorias nas estufas em operação. A longo prazo, também tem investido para fazer produtos sem fumaça.
"Desde 2008, a PMI investiu mais de US$ 9 bilhões para comercializar produtos inovadores sem fumaça para adultos que, de outra forma, continuariam a fumar, com o objetivo de acabar completamente com a venda de cigarros", diz a empresa. Entre eles estão tabaco aquecido, vapor e nicotina oral.
Mercado de carbono
O mercado de créditos de carbono cresce porque empresas querem vincular ao seu negócio a sigla ESG (environmental, social and governance, ambiental, social e governança, em português). A maioria das companhias não faz a própria compensação, mas paga outras para fazerem. Para comprovar e receber o certificado, passam por um processo conhecido como ciclo de aprovação, que parte da elaboração do projeto, o "ok" de entidades internacionais e comissões brasileiras, monitoramento e venda.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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