Francisco Marshall
Em tempos remotos, desde a era paleolítica, a memória cultural era transmitida por meio de ritos e celebrações coletivas que incluíam danças, imagens e a rememoração oral de sagas e feitos maravilhosos, predominantemente em forma de hinos. Ergueu-se assim uma tradição de palavras mágicas, reveladoras de imagens que encadeiam os mundos natural e sobrenatural, animais, humanos, xamãs, tipos heroicos (semideuses) e divindades, com alto valor social. Desta linhagem de narrativas vem a poesia, palavra sagrada; além de elementos essenciais, como caracteres, trama e princípio, meio e fim, essas poesias evoluíram e desenvolveram padrões de partes e episódios que se tornaram modelos para o que se queria cantar e ouvir ou escrever e ler, padrões de performance e recepção. Entre os gregos, o verso sagrado chamou-se epos, da poesia épica, originalmente oral, tal como a Ilíada, em que Homero cantou a guerra de gregos e troianos, em uma saga épica de 12.700 versos. Você saberia, como soube o arqueólogo Heinrich Schliemann (1822-1890) para descobrir o sítio de Troia, discernir lenda e história na narrativa?
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