Francisco Marshall
Na aurora da modernidade, em 1501, o humanista italiano Mario Equicola (1470-1525) publicou em Ferrara o livro De Mulieribus (Sobre as Mulheres), um dos primeiros tratados feministas da história. Dedicada a uma amiga de Isabella d’Este (1474-1539), esta obra defende a completa igualdade entre homens e mulheres e declara que a injusta disparidade entre os sexos decorre da educação e da cultura. As diferenças anatômicas, diz Equicola, devem-se unicamente à diversa função reprodutória de homens e mulheres, sem qualquer conotação moral: inter sexus non est diversitas – entre os sexos não há diferenças, arremata o autor. A questão que instigou este humanista segue viva: por que muitos homens, talvez a maioria, seguem desdenhando o valor das mulheres nas partilhas da vida social?
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