Nos mitos clássicos e nas pinturas renascentistas, Afrodite (Vênus/amor) triunfa sobre Ares (Marte/guerra), selando a vitória da doçura sobre a violência. É o sonho das almas sensíveis, que artistas deleitam-se em nos entregar, com belas imagens, que inspiram e nos dão o necessário alimento do pensar. Na literatura mais popular da história, porém, o protagonista é um personagem virtuoso, que espalha mensagem estoica, de amor abnegado, mas ao final é perseguido por ódio coletivo e divino, para ser, no clímax trágico, condenado em tribunal injusto e também para a saciedade de seu pai, que lhe impõe cálice amargo e toma seu sofrimento e seu sangue em sacrifício. A mensagem de amor contrasta com o cenário de triunfo do ódio, e uma laje removida da tumba não é suficiente pra suprimir a memória trágica da descomunal violência, praticada contra personagem amoroso. Será o ódio mais forte que o amor?
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