Cláudia Laitano
Cresci vendo Hitchcock como um velhinho bonachão que gostava de aparecer de relance no começo dos filmes que dirigia. Adulta, tive uma epifania estética assistindo pela primeira vez no cinema a Um corpo que cai (1958) – filme que recentemente desbancou Cidadão Kane (1941) no topo do ranking das obras-primas mais amadas pelos críticos. Há algum tempo, veio à tona o fato de que Hitchcock, além de gênio, era cafajeste. Não apenas dava em cima das atrizes como perseguia as que não lhe davam assunto. Fui obrigada a rever minha fantasia a respeito do velhinho bonachão, mas não o que sinto e penso com relação aos seus filmes. Que a história julgue os homens, que o mérito defina o destino da arte.
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