Carlos Gerbase
Tenho um motivo particular para admirar a literatura do peruano Mario Vargas Llosa: li seu romance Batismo de Fogo pouco depois do período em que, contra a minha vontade, fiquei a serviço do Exército Brasileiro. Vargas Llosa baseou sua ficção nos dois anos passados, ainda adolescente, no Colégio Militar Leôncio Prado, perto de Lima, por imposição do pai. Eu tinha 19 anos quando cortaram meu cabelo, me emprestaram um fuzil e me ensinaram a catalogar as fichas do Serviço de Inativos e Pensionistas, no antigo QG da Rua da Praia, além de limpar banheiros, pagar contas e tirar serviço nas madrugadas de Porto Alegre.
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