O La Niña – resfriamento das águas do Oceano Pacífico –, que está em atuação durante a primavera e já altera o padrão de chuva, deve se estender até o outono de 2022. A previsão consta no mais recente relatório do NOAA, o departamento de meteorologia dos Estados Unidos, que afirma que há 50% de chances de o fenômeno se prolongar. Mas o que isso significa?
— O La Niña nada mais é do que o resfriamento das águas superficiais do Oceano Pacífico Central. Esse resfriamento consegue alterar o padrão de circulação dos ventos em diferentes níveis da atmosfera, o que, dependendo da época do ano, impacta diretamente no padrão de chuva e temperatura da Região Sul, incluindo o Rio Grande do Sul — explica Dóris Palma, meteorologista da Somar Meteorologia.
No Rio Grande do Sul, os principais efeitos serão sentidos em relação à falta de chuva, com um padrão irregular e mal distribuído precipitações durante os próximos meses. Há previsão de chuva abaixo da média pelo menos até junho de 2022.
— Isso não significa ausência total de precipitação, mas, sim, que os volumes não serão suficientes para alcançar a média histórica.
De acordo com a Somar, como consequência, há risco de estiagem para os próximos meses no Estado. Sem chuva, as temperaturas tendem a ser mais altas, acima da média do período, que varia de acordo com cada área.
No caso da Região Metropolitana, por exemplo, Porto Alegre tem como média entre 29ºC e 30ºC nos meses mais quentes. Enquanto estiver sob os efeitos do La Niña, a Capital pode registar até três graus acima da média. O mesmo pode ocorrer no Oeste do Estado, onde as temperaturas médias ficam entre 30°C e 32°C.
Assim, os gaúchos já podem se preparar: o verão será quente e seco. Segundo a especialista da Somar, os efeitos descritos acima devem ser sentidos por todas as regiões do Rio Grande do Sul, de maneira uniforme.